Rio - Os ufólogos estão atônitos. Tudo porque boa parte deles acredita que o forte estrondo, seguido de clarão no céu, presenciado por moradores das zonas Norte e Sul do Rio por volta de 3h do dia 3 de setembro, possa estar relacionado à explosão de um disco voador. O fenômeno, que acordou moradores em bairros como Copacabana, Leblon, Gávea, Vila Isabel e Tijuca, onde relatos dão conta de explosão assustadora, seguida de ruído contínuo e luzes intensas no ar, ainda não têm nenhuma explicação.
“A hipótese de explosão de Objeto Voador Não Identificado (OVNI) é real. Casos semelhantes já ocorreram na Alemanha e até mesmo no Brasil. Em 1954, por exemplo, uma nave espacial de origem desconhecida se desintegrou ao entrar na atmosfera em Ubatuba, no litoral paulista. Naquela época, conforme amplamente divulgado, testemunhas viram o OVNI explodir e fragmentos foram recolhidos e levados a estudos”, afirma Fernando Ramalho, da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e co-editor da Revista UFO (OVNI em inglês).
Com base em depoimentos de internautas, a comissão decidiu abrir investigação para tentar desvendar o mistério. “Se alguém tiver fotos, sons, imagens de vídeo ou até mesmo algum fragmento encontrado no quintal, deve nos enviar para que sejam estudados cuidadosamente pela nossa equipe de análises, formada por engenheiros e ufólogos renomados e respeitados no mundo inteiro, entre eles, Marco Antônio Petit e Ademard Gevaerd”, ressalta Fernando. Fotos e outras informações sobre os materiais podem ser enviadas para endereços do site www.ufo.com.br.
“No Leblon os prédios tremeram. Percebi uma luminosidade incrível. Foi muito esquisito”, diz o comerciante Maurílio Bráz, de 54 anos. “Eu moro em Vila Isabel. Ouvi um barulho forte, diferente de trovoada. Achei que estivesse tendo um pesadelo, até que vi vizinhos acendendo as luzes e perguntando o que tinha acontecido”, contou o motorista Fabiano Silva, 43 anos.
Internautas da Região Serrana também descreveram coisas semelhantes. “Nesse mesmo horário (3h) escutei um estrondo na Granja Comary (em Teresópolis). Pensei que fosse um transformador de luz, mas não foi”, postou Sonia Mattos Conde.
MISTÉRIO NO AR: Aeronáutica e concessionárias não teriam captado nada estranho
O enigma do dia 3 tem sido ainda mais apimentado porque concessionárias como Light, Metrô, Companhia Estadual de Gás (CEG), além de órgãos como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, negam que tenha havido qualquer tipo de incidente naquela madrugada. Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que nenhum objeto diferente ou avião supersônico apareceram em seus radares: “A Aeronáutica não registrou nada relacionada ao evento no dia 3”, diz o texto.
O sistema de monitoramento do tempo Alerta Rio, da prefeitura, informou que foram percebidos apenas alguns relâmpagos ao longe do litoral, em direção ao mar, associados a uma frente fria. O Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), confirmou que não houve descargas de raios sobre a cidade.
Queda de meterorito é investigada
A astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, uma das maiores entendidas em asteróides no Brasil, não descarta a possibilidade de o fenômeno do dia 3 estar relacionado a uma possível queda de meteorito. “As câmeras do Museu Nacional, porém, pararam de funcionar. Não temos nada gravado. Estamos tentando obter alguma imagem através de câmeras de segurança de prédios. Em São Paulo, pessoas também dizem ter visto um grande bólido, mas em horários distintos”, comentou.
O que ocorreu em Ubatuba (SP) há 61 anos acabou se tornando um dos casos de estudo mais intrigantes do mundo sobre a especulação da presença de alígenas na Terra. No dia 14 de setembro daquele ano, banhistas presenciaram um “grande objeto em forma de pratos soprepostos” em zigue-zaque sobre o litoral. Pouco depois a estranha peça teria explodido e seus fragmentos foram encontrados na areia.
Na época,o Governo brasileiro encaminhou os pequenos destroços para análises laboratoriais, inclusive nos mais avançados que haviam, nos Estados Unidos e Inglaterra. Laudos apontaram a presença de magnésio em grau 100% de pureza. Até então, nenhuma tecnologia era capaz de produzir elemento parecido com grau total de pureza.