Rio - A família de Edson José da Silva, de 45 anos, ainda tenta entender o que aconteceu com o advogado, encontrado morto nas primeiras horas desta quinta-feira em uma rua do bairro Parque Engenho Pequeno, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Marilúcia Silva, de 40 anos, diz que o irmão nunca comentou sobre ameaças ou inimigos. Edson Joseph, como era conhecido, era muito conhecido e querido no município.
"Estamos tentando acreditar no que aconteceu, ele nunca comentou sofrer ameaças, sua rotina era trabalhar e sair com os amigos. Na casa dele não entrava estranhos, só amigos mesmo e gente de confiança", revelou. Edson foi criado por Zulmira da Silva, de 64 anos, que está completamente abalada.
A irmã do advogado descarta crime de homofobia e crê em roubo seguido de morte. "Acreditamos em latrocínio, pois não tinha nenhuma porta arrombada. O criminoso entrou com ele na casa", disse. Marilúcia está checando a conta bancária de Edson para verificar se houve algum saque recente.
O DIA falou com testemunhas, que preferiram não se identificar, que disseram que no interior da casa foram encontrados dois copos cheios de agua e sangue no carpete. Elas também viram ele saindo de casa com uma pessoa por volta das 22h.
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O advogado foi encontrado com um tiro na cabeça em uma rua do bairro Parque Engenho Pequeno, a cerca de quatro quilômetros de sua casa, no bairro Nova América, que estava revirada e objetos de valor foram roubados, segundo a família. O delegado da DHBF Evaristo Pontes, que assumiu as investigações, disse que o advogado foi achado somente de cueca e meia, sem nenhuma identificação. "Começamos a fazer diligências e localizamos a família. O irmão dele foi até o local e o reconheceu. De lá, fomos até a residência da vítima, onde encontramos tudo revirado e vestígios de violência, como marcas de sangue e as roupas que provavelmente ele estaria usando. Tudo indica que crime começou lá", disse.
De acordo com o delegado da especializada, os familiares sentiram falta de objetos na casa, como uma televisão de 42 polegadas, jóias como um cordão de ouro e relógios de marca. A residência possuí câmeras de segurança, mas o aparelho de gravação das imagens foi levado. "As imagens ajudariam muito, mas também há câmeras na rua onde ele morava e também na região onde ele foi deixado, que podem ajudar nas investigações", disse. O carro de Edson Joseph, como também era conhecido, uma picape Mitsubishi, também não foi encontrado na casa.
Em depoimento, familiares dizem desconhecer qualquer desavença que possa ter motivado a morte de Edson. Uma das linhas de investigação é o roubo seguido de morte, mas o crime de homofobia também não é descartado, já que a vítima era homossexual. "Não dá para saber se ele chegou em casa acompanhado ou se foi surpreendido. As investigações estão começando agora, não dá para descartar nada ainda."
Morte causa comoção nas redes sociais
Advogado bastante conhecido e querido em Nova Iguaçu, onde possuía um escritório de advocacia, a morte de Edson Joseph, como era chamado pelos amigos, causou bastante comoção nas redes sociais. Na página da vítima, vários amigos e familiares lamentaram desde as primeiras horas desta quinta-feira a sua morte. Em seus albúns de fotos, ele aparece com personalidades do município da Baixada, inclusive com o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier.
Nas mensagens, seu carisma e alto astral são destacados através de fotos compartilhadas pelos amigos. "Que notícia horrível! Saber que perdi um amigo querido, cheio de vida, animado, alto astral, generoso com a família e com todos. O que falar? Conviver com as lembranças e a gratidão por ter tido você, Edson, como amigo. Que justiça seja feita e q você descanse em paz querido", escreveu um amigo.
"Uma grande perda! Tive o prazer de conhecer e trabalhar ao lado desse cara. Pessoa super carismática e cheio de vida, que infelizmente não está entre nós. Mais uma vítima da bandidagem. Onde vamos chegar...?", postou outro.