Rio - Dois mototaxistas foram assassinados por engano na tarde de quinta-feira, na Pavuna. Um sargento do 41ºBPM (Irajá) confessou ter confundido um macaco hidráulico com uma arma, e disparou contra as vítimas. Após as mortes de Jorge Lucas de Jesus Martins Paes, 17 anos, e Thiago Guimarães Dingo, 24, moradores da região realizaram um protesto violento no bairro, incendiando um ônibus da linha 372 (Pavuna x Passeio).
O pai de Thiago disse que os policiais militares pediram desculpas pelo erro que tirou a vida do seu filho. "Não tem desculpa. Se vocês pedirem desculpa o meu filho vai voltar", indagou", indagou Gilberto Lacerda, na porta do Instituto Médico Legal (IML).
Jorge Lucas será sepultado nesta sexta-feira, às 15h, no Cemitério de Inhaúma. Já o enterro de Thiago Guimarães acontecerá no sábado, às 10h, no Cemitério de Irajá.
Durante um patrulhamento na Rua Doutor José Thomas, o policial percebeu que duas motos vinham na direção da viatura. De acordo com seu depoimento, ele pensou que as vítimas portavam uma arma e efetuou um único disparo que atravessou os dois mototaxistas.
"Por se tratar do fato ter sido perto de uma comunidade conflagrada, ele fez uma avaliação errada, lamentavelmente. Reconhecemos isso. A recomendação da Polícia Militar é não atirar. Ele agiu de forma errada. Entre um policial identificar uma situação e agir tem um lapso temporal muito pequeno, as coisas acontecem muito rápido. Lamentamos, profundamente, as mortes desses rapazes", disse o comandante do 41ºBPM, coronel Marcos Netto, em entrevista para a Rede Record.
Segundo o oficial, o sargento foi afastado e vai passar por avaliações técnica e psicológica. "Precisamos saber se ele cometeu um erro técnico ou se foi emocional", explicou o comandante, informando que a PM está dando apoio às famílias das vítimas.