Por felipe.martins

Rio - Uma tentativa de assalto ao ônibus da linha 110 (São Gonçalo - Passeio) terminou com dois suspeitos e o motorista do veículo mortos por volta das 20h30 desta quinta-feira. O crime ocorreu na Avenida Presidente Vargas, em frente ao prédio da Prefeitura do Rio, no Centro da cidade.

GALERIA: Assalto em ônibus termina com motorista e suspeitos mortos

Um sargento do 5º BPM (Praça da Harmonia), à paisana, que estava no banco de trás, reagiu ao assalto e atingiu os dois suspeitos. Um dos tiros, no entanto, acabou também acertando o motorista do veículo, Márcio Douglas de Oliveira Diniz. Ele e um dos suspeitos, ainda não identificado, morreram no local. Era a última viagem programada para o condutor pela empresa nesta quinta.

O outro suspeito do crime chegou a ser levado ao Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi identificado como Gabriel Salomão Santos, 26 anos. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios (DH). 

Agentes realizaram perícia para a apuração do caso. Motorista e um suspeito morreram no ônibusAgência O Dia

Um dos passageiros, Paulo Renato Matos, contou que todos se abaixaram quando os bandidos invadiram o coletivo. Os criminosos, ao anunciarem o assalto, ordenaram que o motorista apagasse as luzes do ônibus.  “Foi desesperador. Cheguei a pegar o celular para entregar a eles. Nunca tinha sido assaltado", disse. O engenheiro Claudio Joaquim da Silva lamentou a morte do motorista. "Costumava sempre pegar o ônibus que ele dirigia. Foi horrível". Um funcionário de uma loja que também estava no ônibus lembrava os momentos de terror vividos no interior do veículo. "Todo mundo gritou quando os disparos aconteceram. Só fiz pedir a Deus. O pessoal gritou para o motorista acender a luz, mas ele já estava morto", relatou o homem de 55 anos.

Passageiros defendem ação de policial

Para o passageiro que apenas se identificou como Alex, a ação do policial foi correta. "Melhor ele agir do que deixar todo mundo dentro do ônibus na mão dos bandidos. Eles poderiam ter matado todo mundo ali dentro. O policial agiu em legítima defesa", comentou. Traumatizado, ele quer abandonar a rotina diária de deixar São Gonçalo para trabalhar no Rio. "Já tinha sido assaltado em outra linha de ônibus e passei a pegar essa. Agora vou tentar vir de barca. Isso aqui é terra de ninguém", desabafou. 

Disparos atravessaram vidro do ônibus em noite de terror no Centro da cidadeAgência O Dia

Uma passageira que preferiu não se identificar contou que um dos criminosos chegou a roubar o celular dela. "Eu estava vendo novela com o fone nos ouvidos. Só percebi o assalto quando eles gritaram. Meu celular ficou sujo de sangue", disse ela, que  por ser  "a única opção", continuará usando a mesma linha de ônibus. Ela também defende a ação do sargento do 5º BPM. "A intenção dele foi nos proteger".

A pista lateral da Avenida Presidente Vargas, sentido Avenida Brasil ficou congestionada até a madrugada desta sexta-feira.

Agentes da CET-Rio tentavam organizar o trânsito%2C que ficou congestionado até a madrugada desta sexta-feiraAgência O Dia

Em 2011, bandidos fizeram passageiros reféns no mesmo trecho

Em agosto de 2011, quatro bandidos armados fizeram passageiros de um ônibus que seguia do Centro do Rio para a Baixada Fluminense reféns por mais de uma hora no mesmo trecho da Avenida Presidente Vargas. Na ocasião, cinco pessoas ficaram feridas, entre elas três passageiros, um policial militar e um homem que passava em um carro na via no momento do cerco.

Houve intensa troca de tiros que começou na altura da Praça Onze e até uma granada foi atirada pelos bandidos. Os policiais atiraram contra os pneus do ônibus e fizeram um cerco, na altura da Cidade Nova. Após a chegada do Bope, foi iniciada uma negociação e dois bandidos que ainda estavam no local se entregaram. Um, baleado e que conseguiu fugir após uma perseguição cinematográfica, com um casal feito refém, foi preso horas depois após dar entrada com um tiro na perna em um hospital da Zona Sul.

O quarto criminoso conseguiu fugir e ele seria Clerivan da Silva Mesquita, de 22 anos. Ele só foi preso no fim de janeiro deste ano. Clerivan é apontado como integrante da quadrilha que controla os pontos de venda de drogas no Complexo de Manguinhos e foi preso na localidade conhecida como Conjunto da Embratel.

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