Rio - Um policial militar é acusado de atirar num jovem de 16 anos, que estava desarmado, no Alto Leblon, na Zona Sul. O caso aconteceu no último dia 16 de outubro e o PM teria confundido o skate que estava com o jovem com uma arma. Durante depoimento na 15ªDP (Gávea), delegacia responsável pelo caso, o rapaz confessou fumava maconha junto a outros três adolescentes da mesma faixa etária, numa trilha que liga as comunidades Chácara do Céu e Rocinha quando foram abordados por dois PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vidigal.
Em depoimento, o PM Wanderley Siuves da Silva disse que foi ao lado de um colega verificar uma denúncia de que homens armados estavam vendendo e consumindo drogas na entrada da mata. Durante a abordagem, um jovem escorregou após fazer um movimento brusco, assustando o policial militar que atirou no braço direito do rapaz. Ele justificou dizendo que o menor abaixou para pegar algum objeto não identificado (que seria o skate) e ele acreditou que se tratava de uma arma.
O policial explicou ainda que o local onde os jovens estavam era de mata, com difícil visualização e conhecido como área de tráfico, por isso efetuou o disparo. Ainda em seu depoimento, ele disse que somente após deixar a mata percebeu que os adolescentes estavam consumindo maconha.
Ferido no braço, o adolescente foi encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde foi medicado e liberado em seguida. O comando da UPP Vidigal determinou a abertura de uma sindicância para apurar a conduta de policiais.
Erros de policiais militares resultam na morte de inocentes
Na última quinta-feira, dia 29 de outubro, um erro parecido custou a vida de dois jovens na Pavuna. Os mototaxistas Jorge Lucas de Jesus Martins Paes, 17 anos, e Thiago Guimarães Dingo, 24, moradores da região, morreram após um sargento do 41ºBPM (Irajá) confundir um macaco hidráulico com uma arma e disparar contra as vítimas.
Durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Morro do Andaraí, na Zona Norte, no dia 19 de maio de 2010, o fiscal de supermercado Hélio Barreira Ribeiro, de 46 anos, foi assassinado com um tiro de fuzil dentro de casa. O autor do disparo foi o cabo da PM, Leonardo Albarello que confundiu uma furadeira que a vítima usava para a instalação de um toldo com uma arma. Em 2012, o policial foi absolvido.
Em fevereiro do ano passado, três policiais do 9ºBPM (Rocha Miranda) mataram Alan de Souza Pereira, de 20 anos, Gleberson Nascimento Alves, de 28, durante uma perseguição em Rocha Miranda. Eles e mais duas pessoas estavam com uma peça de motocicleta que foi confundida com um fuzil.
Os PMs perceberam o erro e decidiram colocar uma arma de fogo na mão direita de um dos rapazes mortos e em depoimento na 29ªDP (Madureira) eles disseram que os jovens roubaram um cordão e que tinham iniciado o tiroteio. Porém, a joia já pertencia a Gleberson. Na ação, Layon Duarte ficou ferido. Os policiais foram indiciados pelos crimes de homicídio e fraude processual.
Ainda, em maio deste ano, um homem foi baleado na perna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, após policiais militares confundirem um celular com uma arma. Em vídeo postado no Facebook, a vítima aparece deitada no chão, com a perna sangrando e sendo amparada por PMs e pedestres.