Rio - Uma megaoperação envolvendo órgãos do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), da Polícia Militar (PM) e do Ministério Público (MP-RJ) ocorreu, na manhã desta terça-feira, dentro da unidade prisional onde policiais militares estão presos. O maior pente fino realizado envolvendo TJ e MP em uma unidade prisional mobilizou 140 homens que fizeram a revista pessoal dos internos, assim como de todas as dependências do Presídio Vieira Ferreira Neto, para onde os PMs foram transferidos no início de outubro.
Foram encontrados 15 celulares, 21 DVDs piratas, uma sanduicheira, 37 facas e até uma churrasqueira elétrica dentro do presídio. Dois dos celulares estavam escondidos dentro de um panelão com restos de uma feijoada, servida ontem, e outros quatro em caixas de sabão em pó.
Os promotores acharam material de construção, makita, furadeira e marreta que os presos usavam para fazer obras nas dependências do presídio. Também foi encontrado R$ 5 mil no local, que estava dentro de um saco, seria uma arrecadação feita entre eles para as "melhorias" na unidade.
Participaram da operação as Promotorias de Justiça que atua junto à Auditoria Militar, do MP, a Vara de Execuções Penais (VEP), do Tribunal de Justiça, com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP e da Corregedoria Interna da Polícia Militar (CInt/PMERJ).
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A revista foi acompanhada pelos promotores Paulo Roberto Mello Cunha Jr, Bruno dos Santos Guimarães (titulares das Promotorias de Justiça junto à Auditoria Militar) e Elisa Fraga (coordenadora da CSI). Também acompanharam a ação os juízes Eduardo Oberg (juiz titular da VEP) e Richards Fairclough (juiz auxiliar da VEP) e o corregedor-geral da PMERJ, coronel Vítor Yunes.
Transferência após agressão contra juíza
?A transferência para o novo presídio em Niterói ocorreu após a agressões de quatro presos contra a juíza Daniela Barbosa Assumpção, coordenadora de fiscalização da Vara de Execuções Penais (VEP). O antigo BEP foi interditado. As agressões — até com pauladas — à juíza e seus seguranças aconteceu durante uma inspeção-surpresa para coibir regalias aos policias presos na unidade.
Três dos responsáveis pelo ataque foram para o presídio de segurança máxima Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, e serão colocados em Regime Diferenciado Disciplinar (RDD). O prazo máximo de isolamento é de 360 dias. O quarto acusado foi internado em setor psiquiátrico do Hospital da PM. A Unidade Prisional abrigava 236 detentos. Destes, 130 foram transferidos para a Penitenciária Vieira Ferreira Neto.