Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Uma avalanche de parabéns. Assim foi a quarta-feira da professora Sônia Maria Zampronha Roque, autora da carta-desabafo endereçada aos deputados e senadores, e publicada na capa da edição de ontem do DIA. Nas ruas, muita gente aprovou o que ela escreveu. Leitores a parabenizaram.
“Nem esperava tanta repercussão, tenho que admitir. Pois como a Uerj está em greve, não tive contato com meus colegas. Só que os amigos dos filhos, e amigos dos amigos me ligaram o dia todo, compartilharam o jornal nas redes sociais, foi uma farra danada”, contou.
Edmilson Coelho do Nascimento foi um dos que aprovaram a cartaJoão Laet / Agência O Dia

Dona Sônia acredita que o objetivo foi atingido: fazer as pessoas refletirem sobre a crise política que está causando prejuízos à economia do país. “Pensei em ser mais dura na carta, mas acho que se fizesse isso não surtiria tanto efeito. Acho que as pessoas, agora, vão dedicar um pouco mais do seu tempo e pensar no que está acontecendo no Congresso”, disse Sônia.

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Professora primária do Colégio de Aplicação da Uerj, tendo dedicado boa parte da vida aos alunos com necessidades especiais, Sônia Zampronha Roque diz que a sociedade brasileira ainda tem muito a amadurecer politicamente.
“Se as pessoas que perderam a eleição começarem a querer tirar do poder quem ganhou, e apenas por ter perdido, não vai ter mais governador, prefeito, nada. Não é assim que se constrói um país sério”, ensinou. Sônia criticou a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na condução dos trabalhos dentro do parlamento.
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“Será que não tem nada para ser votado? Sim, pois ele está desde o dia 2 (de fevereiro, data da posse) fazendo conchavo político em vez de presidir uma Casa legislativa. Um absurdo”, protestou. Nas ruas, moradores aprovaram o tom da carta de Sonia Zampronha. Foi o caso da técnica em informática aposentada Neuza Campelo, de 60 anos. “Parece que os deputados, salvo raras exceções, querem resolver os problemas deles, não do povo”, disse Neuza. Edmilson Coelho do Nascimento, 66 anos, também concordou com a opinião da professora Sônia.