Por bianca.lobianco
Rio - Apesar do policiamento ostensivo na orla da Praia de Copacabana, muitas pessoas se sentiram inseguras com a falta de PMs circulando nas areias. Foi o caso do garçom Warley Samuel, de 19 anos, que veio de Minas Gerais e está há uma semana no Rio para passar o Ano Novo na cidade pela primeira vez. Ele se assustou com o pouco de policiamento na areia.
"Estou há duas horas na praia e não vi um PM na areia. Não adianta ficar só no calçadão. Não querendo ser preconceituoso, mas há muitos jovens, que aparentam ser pivetes, andando em grupo na beira d'água. Preferimos ficar longe da água por conta disso. Deu uma sensação de insegurança", disse.
Publicidade
Areias de Copacabana estão lotadas%2C mas quem está no local reclama da ausência da PM%2C que estaria somente na pista da orlaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Warley é apenas uma das pessoas que estão com essa sensação de medo. Ele veio com mais 20 amigos provenientes do Rio, Minas e São Paulo. A amiga Júlia Belo, de 15 anos, acredita que mesmo com tudo de ruim que vem acontecendo com a cidade, o Rio ainda é a Cidade Maravilhosa. "Vou tomar o meu banho de mar, pedir proteção e que as pessoas se respeitem mais. Mesmo com essa violência no Rio, ainda é a Cidade Maravilhosa", afirma ela.

A equipe de O DIA flagrou alguns grupos correndo na areia, perto da água. Em uma dessas corridas, um homem, que parecia ser uma vítima de roubo, perseguia um grupo aparentemente de menores. A reportagem constatou que o policiamento na areia se restringiu as torres instaladas no início da faixa de areia, onde policiais observavam do alto. Ainda não há números oficiais, mas pelo menos duas pessoas foram detidas pela PM, entre elas um menor, praticando roubos em Copacabana. 
Publicidade
Oferendas e pedido de proteção para a Cidade Maravilhosa
O barbeiro Mauro Batista, de 66 anos, morador de Itaboraí, trouxe a filha Evelyn Batista, de 16 anos. Pai e filha são espíritas, eles cavaram um buraco na areia e colocaram velas com rosas, em uma espécie de oferenda para Ogum e Iemanjá.
Publicidade
"O ano de 2015 foi terrível, mas já vimos piores, vim pedir mais segurança e menos violência no Rio. Está é a segunda vez que trago minha filha nas areias do Rio para o Ano Novo, esperamos um ano de mudanças".
Selfie com os navios para postar nas redes sociais é a sensação 
Publicidade
A técnica de enfermagem Mônica Gomes, de 46 anos, veio de Vila de Cava, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, acompanhada pelo marido e por parentes. Ela comentou que há muitas pessoas fazendo selfies com os navios que estão na água esperando a queima de fogos.
"Viemos de ônibus para fugir do caos no metrô que deve estar superlotado. Meu sonho é um dia assistir ao show de fogos em um cruzeiro, mas como não tenho condições, o jeito é fazer selfies na areia da praia com as grandes embarcações atrás, isso virou mania entre os banhistas", brincou ela, que já registrou seu momento e colocou em suas redes sociais.
Monica Gomes%2C com familiares%2C faz selfie em frente aos navios em CopacabanaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia