Pandemia provocou uma diminuição do movimento nos cemitérios neste Dia de Finados - Paula Valviesse
Pandemia provocou uma diminuição do movimento nos cemitérios neste Dia de FinadosPaula Valviesse
Por Paula Valviesse
O feriado pelo Dia de Finados em Nova Friburgo foi de pouca movimentação nos cemitérios e também pelas ruas da cidade nesta segunda-feira (2/11). A movimentação foi maior na parte da tarde, mas ainda assim ficou abaixo do registrado nos anos anteriores, de acordo com o relatado pelos próprios funcionários dos cemitérios e também pelos floricultores, que comercializam flores próximos aos locais e costumam ter um bom movimento de vendas neste período.

Segundo o floricultor Wanderlei Afonso, de Fazenda da Laje, que comercializa as flores cultivadas e também compradas todo ano nesta e em outras datas a queda nas vendas esse ano foi superior a 50%, mesmo estando no acesso para um dos cemitérios mais visitados do município, o São João Batista, no Centro.

“Tivemos um movimento muito fraco, o que nos traz um grande prejuízo. Parte das flores que não foram vendidas nós tentamos aproveitar, mas a maior parte acaba sendo perdida, descartada”, lamenta o floricultor.

O baixo movimento nas vendas foi reforçado pelo floricultor Marcelo Alexandre Rodrigues. As rosas cultivadas no sítio em Fazenda da Laje estavam em grande maioria ainda expostas na bancada, mesmo faltando poucos minutos para encerrar a visitação nos cemitérios. Ele estima que a perda hoje foi de mais de 50% das flores trazidas e ainda diz que, no ano, o setor sofreu uma perda de mais de 80%.
Queda na venda de flores foi de mais de 50% neste Dia de Finados - Paula Valviesse
Queda na venda de flores foi de mais de 50% neste Dia de FinadosPaula Valviesse
A essa hora já não tinha mais flor para vender. A pandemia realmente complicou muito para nós que trabalhamos com flores”, diz Marcelo.

Após o encerramento do horário de visitação, muitos dos floricultores presentearam as pessoas que passavam com rosas. Uma forma de garantir que as flores fossem apreciadas, apesar da grande perda.

Visitantes respeitaram as regras e não foram vistas aglomerações

Quem esteve nos cemitérios para prestar as homenagens aos familiares e entes queridos nesta segunda-feira levou a sério as orientações feitas pelo município sobre as medidas de prevenção de contágio pelo novo coronavírus.

Nos locais, o uso de máscara foi respeitado, assim como o distanciamento e o uso das estruturas de higienização disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos nos cemitérios que são administrados pelo município.

A Guarda Civil Municipal também se fez presente, organizando a sinalização no entorno dos cemitérios e mantendo um veículo de controle no acesso aos mesmos. Também foram realizadas rondas no interior dos cemitérios para coibir atos de vandalismo e furtos de objetos.

Guarda Municipal realizou rondas no interior dos cemitérios - Paula Valviesse
Guarda Municipal realizou rondas no interior dos cemitériosPaula Valviesse
O auxiliar de entrega, Leonardo Dias, de 46 anos, foi uma das pessoas que esteve no cemitério São João Batista. Logo na chegada ele comprou de uma vendedora ambulante as velas que acendeu em homenagem aos entes queridos. Tomando os cuidados necessário e usando máscara, a visita foi breve, mas cheia de significado e com muito respeito.

“Eu acho que vale não é o tempo, mas sim a fé e o respeito. Fiz minhas orações, demonstrei minha saudade e meu respeito, que é o que me faz vir todos os anos para prestar essa pequena homenagem aos meus familiares que se foram. Tomei todos os cuidados e pude fazer a visita tranquilo, sem apavaroramento”, conta Leonardo.

As amigas Denaides Florentino, de 75 anos, e Maria das Graças, de 70 anos, também estiveram no cemitério para prestar suas homenagens. As duas tiveram Covid-19 há poucos meses e falam como é importante os cuidados para prevenir da doença.

“Venho todo ano no Dia de Finados, é uma maneira da gente demonstrar carinho, então não poderia deixar de estar aqui. Tive Covid-19 em agosto, foi bem complicado, precisei passar duas semanas internadas na enfermaria, porque tive 50% do pulmão comprometido, mas graças a Deus me recuperei. Mas os cuidados continuam, sempre usando a máscara, lavando as mãos e, assim que chegar em casa, tirar as roupas usadas e os sapatos para lavar e limpar”, afirma dona Denaides.
Você pode gostar
Comentários