Obras dos artistas que estão em exposição na galeria do Sesc Nova Iguaçu - Reprodução das redes sociais
Obras dos artistas que estão em exposição na galeria do Sesc Nova IguaçuReprodução das redes sociais
Por O Dia
Nova Iguaçu - O ‘Tóteme’, o ‘Triciclo Giramundis’, entre outras criações dos artistas plásticos Derson e Deneir, estão à espera do público na exposição ‘Dois multiartistas. Vida, arte e movimento’. A criação a partir da reciclagem de materiais e o uso do motor para trazer o movimento, são pontos em comum entre os dois artistas. Enquanto Derson é um artista formado em cenografia pela UFRJ, mas tem grande parte de seu trabalho inspirado e aprendido no dia a dia da oficina de seu pai, Deneir inspirou suas peças, em muitos casos, a partir de sua experiência como animador cultural num Ciep, em Magé.

Quem quiser conhecer mais das obras desses dois talentos da Baixada Fluminense, o reaproveitamento de materiais que muitas vezes estão no lixo e mostra um pouco da importância do cuidado com o meio ambiente, pode ir ao Sesc Nova Iguaçu, de terça a domingo, das 10h às 16h, com entrada franca, na galeria ao lado do teatro. O endereço é Rua Dom Adriano Hipólito, 10, bairro Moquetá.
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“Minha arte está ligada à minha origem e ao que acredito. Quando falo aqui do `Poer’, esse trabalho eu cheguei um dia na oficina do meu pai e ele estava fazendo uma limpeza na oficina. Sempre tive oficina em casa, desde criança. Ali eu aprendia a soldar, cortar e pregar. Foi para mim uma grande escola do fazer, muito mais que a universidade depois. A vida do material anterior me interessa. Como esse disco foi desgastado ao longo do tempo, e esses cupins. O material também tem uma história”, contou Derson.

Assim como Derson, as peças expostas por Deneir retratam criações de vários períodos. “Tenho trabalhos ainda da década de 1990, mas a maioria é do ano 2000 em diante. Brinco que sou um artista vira-lata, porque não trabalho com tinha importada e nem fiz curso superior. Procuro extrair o material daquilo que muitos jogam no lixo. Uso muito o alumínio e a mudança em minha obra aconteceu depois da Rio-92, o primeiro grande evento mundial que debatia a preservação do meio ambiente”, relatou Deneir.
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“ A palavra vida está no título da mostra porque tratamos da gestação, do desenvolvimento do fazer artístico ao longo de nossa trajetória. E nos meus trabalhos falo muito da natureza: o ‘Panapanar’ é um coletivo de borboletas, o ‘Poer’ é feito com madeiras poer desgastadas pelos cupins e transformo as circunferências em pôr do sol”, explicou Derson, que trabalha com cenografia em teatro, cinema e televisão.

Ambos buscam ressignificar o material que usam. Deneir junta à matéria-prima o lúdico que vive no dia a dia ao trabalhar com crianças. ‘Isso sustenta também a nossa criatividade. A gente tanto ensina quanto aprende. Não só com alunos, também com professores”, contou ele, animador cultural no CIEP 127, em Magé, que já deu cursos em vários estados brasileiros, foi a Paris em 2005 lecionar e tem 40 anos de profissão.