Enquanto aguarda uma definição para voltar a campo para jogar apenas mais uma partida pelo Campeonato Carioca - e que pode sacramentar a fuga ou o rebaixamento -, o Nova Iguaçu se adapta aos novos tempos. Sem previsão de voltar aos trabalhos no centro de treinamentos, a comissão técnica se viu obrigada a passar treinos em casa para os atletas manterem a forma física.
A estrutura não é a de um grande clube, e muitos jogadores também não contam com as melhores condições para treinar por conta própria. Por isso, a comissão técnica do Nova Iguaçu buscou adaptar o trabalho à situação de cada um. Seja por questão social, idade ou outra característica. Uma plataforma digital é utilizada para monitorar a questão psicossocial e a parte física.
"Passamos algumas atividades para eles, respeitando a realidade de cada um e de acordo com a faixa etária. Um dia fazem trabalho aeróbio, em outro treinos funcionais... Estamos mantendo essa rotina de segunda a sexta", explica o coordenador científico do Nova Iguaçu, Uelbio Bezerra.
Ao monitorar diariamente os jogadores, membros da comissão técnica buscam atividades de prevenção de lesão, força, carga respiratória e trabalhos técnicos. O grande objetivo nessa fase é evitar a ociosidade.
"Acredito que tiveram uma piora substancial no desempenho, podendo perder de 10% a 15% de suas valências físicas, o que é muito para voltar a uma competição de alto nível. Por isso montamos uma estratégia para minimizar o impacto dessa pandemia na vida do atleta. É claro que não vamos atingir o ápice da potencialidade deles, mas temos monitorado dentro da medida do possível", afirma o preparador físico Marcio Henriques.
Além da parte física, outra preocupação no início dos trabalhos foi com a questão psicológica e também os cuidados para evitar a covid-19, com orientações pelo isolamento social.
"Num primeiro momento nossa preocupação foi o bem-estar de cada atleta e realizamos uma pesquisa social para saber se estavam seguindo as orientações do Ministério da Saúde", diz Marcio.
E Uelbio completa: "Realizamos uma cartilha com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde".