Rio - ...quadrilhas de inescrupuosos políticos, empreiteiros, empresários e servidores públicos saquearam tanto, não apenas as riquezas, mas também a honra e a alma da nação. Fortunas decorrentes de doentias formas de corrupção migraram para contas não declaradas no exterior, espremeram-se em inocentes mochilas e caixas de sapatos, em calcinhas, cuecas e meias surradas.
Um transportador de propinas raposa velha usava meia calça! Manda quem pode, Odebrecht e JBS quem não tem juízo. Delações superam os mais absurdos filmes de terror.
Apenas, em vez de olhos, corações e fígados arrancados de corpos vivos, cenas dantescas sobre partidos políticos, balcões de negócios, políticos e servidores públicos sangrando a nação, facções de crime organizado vendendo suas almas ao Diabo travestido de marqueteiro, empresário ou empreiteiro de obras hiperfaturadas.
Em tempos em que todo o poder emanou de negócios escusos e em nome da corrupção foi exercido, esta gente das trevas roubou a educação, a saúde, o emprego, o salário, roubou o nosso sonho grande de consolidação da nação em paz e harmonia, com desenvolvimento e justiça social.
Mas Deus voltou a olhar por nós e para felicidade geral da nação. Claro, nas prisões de Curitiba, de Bangu e da Papuda ainda faltam muitos caciques do mal disfarçados de heróis da pátria.
Lembrando poema de Drummond, “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, ...está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, ... o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou, e tudo fugiu, e tudo mofou, e agora José”? São crimes de lesa pátria, hediondos, e o STF é a suprema voz contra a corrupção, os privilégios e a impunidade, não?
Gente do bem, temos que reconstruir o Brasil sequestrado e há muito por fazer. Que tal começar exigindo reforma política que reduza o número de senadores, deputados, vereadores e de seus assessores a um terço; que termine com a farra da multiplicação de partidos de aluguel; que proíba coligações partidárias e que eleitos pelo legislativo assumam cargos no executivo.
Castas de servidores públicos privilegiados continuarão a estuprar a nação? E nossas próximas exigências? Afinal, somos o povo soberano! Ou não? Panta rei.
Ruy Chaves é especialista em Educação