Para piorar esse quadro, a chegada do coronavírus transformou os articulados em verdadeiros locais de proliferação do vírus, não poupando idosos, jovens e crianças
Por Dionísio Lins*
Rodas que saem, portas que não fecham, quebras constantes durante as viagens e aglomerações nas estações. Essa, infelizmente, é a dura rotina dos mais de 150 mil usuários que precisam usar o BRT como meio de transporte para irem ao seu local de trabalho ou se locomoverem pela cidade. Para piorar esse quadro, a chegada do coronavírus transformou os articulados em verdadeiros locais de proliferação do vírus, não poupando idosos, jovens e crianças.
Como presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio, vejo diariamente aumentar o número de reclamações e denúncias de usuários em relação à superlotação de praticamente todas as plataformas de embarque, sobre pessoas que insistem em não pagar passagem. Creio que se tivéssemos uma fiscalização eficiente por parte da Guarda Municipal, com certeza iríamos minimizar essa situação.
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O atual prefeito fez nova intervenção como já ocorreu no governo passado, e que resultou apenas em um breve relatório apontando todos os problemas já conhecidos, mas sem dar nenhuma solução. É claro que essa situação não será resolvida da noite para o dia, mas se tivermos um olhar sério e profundo veremos que o maior problema do BRT é a própria administração do BRT.
A prefeitura também tem sua parcela de culpa nesse assunto. O asfalto utilizado nas calhas por onde circulam os articulados está em péssimo estado, com ondulações e buracos em quase toda sua extensão, fazendo com que aumente o número de veículos dentro das oficinas para reparos, causando constrangimentos aos usuários na hora de se locomoverem de casa para o trabalho e vice-versa. Para se ter uma ideia, temos hoje cerca de 180 articulados para atender um número de usuários que cresce a cada dia, principalmente agora com o aumento no valor dos combustíveis, o que fez aumentar a procura pelo transporte público principalmente de moradores da Zona Oeste.
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Queremos contribuir com essa melhora na qualidade do serviço, para isso criamos uma Força Tarefa que terá a finalidade de acompanhar de perto e com lupa, para recuperar um meio de transporte que já se mostrou indispensável para todos. Toda essa articulação do atual prefeito só será eficiente se houver um investimento pesado na recuperação e que ajude ao BRT sair dessa pindaíba, pois hoje o sistema se encontra em estado falimentar e precisando de ajuda urgente, já que ele prometeu devolver aos cariocas esse meio de transporte.
Vejo hoje também a necessidade imediata de uma Parceria Pública Privada (PPP) para que haja investimentos que assegurem uma nova gestão ao BRT. Não adianta nesse momento fazer e praticar populismo. Temos sim é que investir não só no BRT, mas em todos os outros modais de transportes. O BRT precisa de gestão, mas de uma gestão séria visando a população do Rio. Com a palavra, o prefeito Eduardo Paes!
É deputado estadual pelo PP e presidente da Comissão de Transportes da Alerj.
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