Dona Hermínia é a Déa, mãe do Paulo, e um pouco de cada mãe do Brasil. Um pouco da mãe que é protetora, da mãe corajosa, vencedora, à frente do tempo; da mãe que não se cala e que não mede esforços para defender seus filhos. Um pouco da minha mãe, um pouco da mãe que eu sou.
Nesse Dia das Mães, todo mundo está órfão e saudoso da Dona Hermínia, a caricatura mais divertida, engraçada, sagaz e verdadeira da mãe brasileira. Essa figura, a mãe brasileira, é um produto muito típico da nossa gente.
Essa cena é uma poesia. No rompante da emoção e da celebração de um grande prêmio, a participante resumiu a história de tantos brasileiros. Nós somos nossas mães. E nossos filhos são um pouco da gente, também.
E é por isso que carregamos tanto das nossas mães; nosso DNA vem com sonhos. Juliette gritou para sua mãe: “Eu vou fazer a senhora sorrir”. A Juliette, no pódio, era também a mãe dela, naquele momento. Era a mãe dela alcançando sonhos, colhendo frutos do amor plantado, encontrando seu sorriso, que provavelmente estava perdido, em meio a muita luta.
A mãe da Juliette, a minha mãe, as mães de tantos brasileiros, a mãe do Paulo Gustavo, a mãe da Marcelina e do Juliano são as mães que lutam todos os dias para transformar as vidas de seus filhos e, com isso, transformar também este país. O palco é delas, o pódio é delas, os sonhos e as palmas são delas também.
Por isso, neste ano em especial, rendo homenagem a todas as mães que tiveram perdas, pois sei da capacidade de transformar a dor em honra ao legado e em certeza de que, se a dor existe, é porque existe e persiste um amor ainda maior que ela. Nas palavras de Nelson Motta e Dori Caymmi, cantadas lindamente por Elis: “Dor de amor quando não passa é porque o amor valeu”.
*É advogada e deputada federal