Marcelo Queiroz é advogado e professor universitárioDivulgação

Há exatos 148 anos, em 20 de julho de 1873, nascia um dos grandes brasileiros de nossa história: Alberto
Santos-Dumont, que deu asas à humanidade ao inventar o avião. Com determinação e dedicação
admiráveis, ele se tornou uma das personalidades mais famosas de seu tempo e marcou o seu nome na
história.
Como não poderia deixar de ser, o brasileiro Pai da Aviação é também o Patrono da Força Aérea Brasileira
(FAB). Seu legado e seus valores inspiram os cerca de 70 mil homens e mulheres que integram a
Aeronáutica. E são inúmeros os exemplos de patriotismo dados pela FAB. Vamos aqui citar apenas dois,
ambos ligados à pandemia da Covid-19, grande tragédia do nosso tempo.
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No mês passado, o 5º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação (Esquadrão Pantera) realizou uma missão de
integração nacional no Acre ao lado dos ministérios da Defesa e da Saúde e da Secretaria de Saúde daquele
estado. Os militares visitaram 20 comunidades de nove municípios, onde foram aplicadas quase 3 mil doses
de vacinas, sendo mais de mil para o combate ao novo coronavírus. Já no dia 4 deste mês, a Base Aérea de
Porto Velho, capital de Rondônia, serviu de posto de vacinação contra a Covid-19 na modalidade drive thru.
Cerca de 3 mil pessoas se vacinaram no local.
A Aeronáutica tem dado a sua contribuição neste momento de emergência, mas sem se descuidar de
atividades rotineiras também ligadas à defesa da saúde e da vida. Somente este ano, o 6º Esquadrão de
Transporte Aéreo (Esquadrão Guará) já realizou 50 voos de transporte de órgãos para transplantes. A
marca foi alcançada no início deste mês, quando um fígado viajou entre as cidades paulistas de Sorocaba e
São José do Rio Preto em um avião da nossa Força Aérea.
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Disciplina. Comprometimento. Integridade. As palavras foram citadas pelo próprio comandante da FAB,
Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, no texto de abertura da edição deste mês da
revista mensal “Notaer”, publicada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, como alguns dos
valores perseguidos diariamente pela corporação. Não por acaso, Santos Dumont estampa a capa da
publicação. Passado e presente caminham de mãos dadas, fazendo da Aeronáutica uma herdeira legítima
do Pai da Aviação.
Contam os livros de história que Santos Dumont se desiludiu quando viu a sua maior criação sendo usada
em bombardeios durante as guerras. Ao constatar o trabalho da Força Aérea Brasileira – empenhada, além
da Defesa Nacional, na execução de políticas públicas essenciais ao cidadão e à democracia –, ouso afirmar
que ele estaria orgulhoso dos feitos alcançados e da vontade de servir da instituição da qual é patrono. Um
orgulho partilhado por todos nós, brasileiros.

*É advogado e professor universitário