Benedito Adeodato é Vice-Reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIODivulgação

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Benedito Adeodato*
Nos artigos publicados no Jornal O Dia, em 28/05/21 e 14/05/21, tratou-se das questões referentes à ausência de recursos e de previsibilidade dos mesmos para a manutenção das Universidades Federais do Brasil, bem como sobre a oportunidade de fixar uma política de nação que permita um caminho de superação desse problema.
Ultrapassar esses obstáculos requer a ampliação da missão institucional de prover através da educação maiores oportunidades aos cidadãos brasileiros em sociedade tão desigual, diante de um mundo cada vez mais baseado em capital intelectual. Trata-se da inclusão social que o acesso ao mundo científico permite e que já vem obtendo sucesso desde a adoção do sistema de cotas.
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O mencionado sistema, ainda que ampliado como nas últimas décadas, tem limite claro e não modifica o status, de certa forma, exclusivo das Universidades. O acesso ao conhecimento ali ministrado ainda fica restrito a um número relativamente pequeno da população e nos grandes centros populacionais. Em um país do tamanho e diversidade do Brasil, imaginar oportunidades de ensino científico para uma grande maioria seria algo impensável, em horizonte de tempo razoável.
Uma Universidade Pública dedicada à educação continuada e à oferta de conhecimentos para o aperfeiçoamento pessoal e profissional de todos os cidadãos, especialmente, mas não exclusivamente daqueles que tenham concluído o ensino médio.
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A estratégia seria inteiramente voltada para tirar o máximo proveito da internet e das modernas tecnologias que se massificaram no período da pandemia para oferecer uma ampla, diversificada e permanente atualizada carteira de produtos educacionais em meio digital, garantida a propriedade intelectual do professor/autor.
Destaque-se, também, a necessidade do conteúdo estar voltado a mais ampla compreensão das necessidades educacionais da sociedade brasileira e, ainda, à preparação de conteúdos educacionais em meios digitais, com a finalidade de promover a universalização do acesso ao melhor conhecimento disponível nas Universidades para a solução dos problemas que afligem os brasileiros.
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Isso não implicaria, na desarticulação ou substituição de ofertas de cursos formais de graduação e de pós-graduação. Seria, antes, uma forma de direcionar recursos para a adaptação de grande parte desses conteúdos na oferta de programas de aperfeiçoamento e cursos livres oferecidos, preferencialmente, por meio da internet.
Trata-se de caminho para, como exemplo, um aluno de engenharia assistir remotamente aula de estética numa faculdade de desenho industrial; um aluno criar seu currículo multidisciplinar para dar conta das novas profissões, sem uma “carreira” previamente definida; aproveitamento facilitado de disciplinas cursadas em outras universidades e várias outras possibilidades, inclusive, de internacionalização.
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Importante destacar não ser necessário criar uma plataforma própria. O sistema deverá ser aquele disponibilizado pela Internet.
Caminhos traçados para um sonho possível.
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*Vice-Reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO