Presidente da Alerj, André Ceciliano (PT)divulgação

Bares e restaurantes, que empregam no estado 170 mil pessoas, foram um dos setores mais afetados pela pandemia. As regras de distanciamento social, necessárias para o controle da covid-19, atingiram em cheio a atividade. Por todo o Rio, bares e restaurantes que fazem parte da memória afetiva dos fluminenses (Cervantes de Copacabana, Villarino do Centro, entre tantos outros que nos deixam saudades) fecharam portas para sempre. Quem sobreviveu, se endividou. Por isso, era mais que razoável que o estado atendesse ao pleito deste importante segmento da Economia do Rio e reduzisse o ICMS da atividade, dando algum fôlego nesse momento de retomada.

Os argumentos e estudos trazidos pelo SindRio, que representa o setor, motivaram o projeto de lei, de minha autoria, que apresentamos em junho e que propôs reduzir o ICMS do setor de 4% para 3%, mesma
alíquota praticada em Minas Gerais.

Aprovada por unanimidade dos votos da Alerj um dia antes do início do recesso de julho, a Lei 9.355/21 foi sancionada sem vetos pelo governador Cláudio Castro, que compreendeu a importância do projeto -
afinal, não vamos resolver o problema fiscal do Rio sufocando uma das atividades econômicas que geram emprego e renda.

Outra iniciativa importante, que melhora o ambiente de negócios do setor, foi a inclusão, no Programa Supera Rio, também de minha autoria, do financiamento de até R$ 50 mil, pela AgeRio, a pequenas,
microempresas e empreendedores individuais.

As duas boas notícias foram comemoradas pelo SindRio e o local escolhido não poderia ser mais simbólico: o Rio Scenarium, misto de bar, restaurante, casa de shows e galeria de arte no coração da Lapa, um ícone da boa música e da gastronomia e da alegria do Centro.

Responsável pela revitalização dos casarios históricos da Rua do Lavradio, o lugar, que já foi considerado pelo jornal inglês The Guardian um dos 10 melhores bares do mundo, só não fechou as portas de vez na pandemia devido à resiliência do seu proprietário mais notório, o incansável agitador cultural Plínio Froes.

O Rio Scenarium é um exemplo do Rio que dava certo e, para que ele volte a dar certo, o Estado precisa ajudar - ou, pelo menos, não atrapalhar.

A gente não tem dúvida de que o Rio vai voltar a sorrir e, com certeza, vamos celebrar esse momento brindando com amigos numa mesa de bar, comendo juntos um prato da nossa ótima gastronomia e dançando ao som de uma boa música ao vivo.
*André Ceciliano é deputado estadual (PT) e presidente da ALERJ.