O mercado de trabalho demanda hoje um novo perfil de profissional. É fundamental que ele se desenvolva de maneira completa, ou seja, tanto na capacidade de atingir metas e objetivos arrojados e alinhados com a estratégia da organização quanto no que diz respeito ao trabalho em equipe, ao engajamento profissional e à empatia
André Esteves - Diretor Executivo do Instituto Cyclus - divulgação
André Esteves - Diretor Executivo do Instituto Cyclusdivulgação
Vivemos uma escassez de talentos. A busca por profissionais mais experientes e qualificados já vinha crescendo, mesmo antes da pandemia. É um desafio global. Os atuais modelos de trabalho, adotados para atender a demanda profissional das empresas, como o home office e a jornada híbrida, trouxeram uma nova visão para a tão falada produtividade.
Outras prioridades foram implementadas naturalmente à jornada de trabalho. Elementos antes pouco tangíveis como a inteligência emocional e a resiliência ganharam protagonismo. Trata-se de uma situação em que se precisa equilibrar competências técnicas e habilidades comportamentais numa mesma equação, de forma proporcional. Não é uma tarefa fácil para os gestores.
O Fórum Econômico Mundial afirma que até o final de 2022 ao menos 54% da força de trabalho deverá ser requalificada, resultando pelo menos em cem novos dias de capacitação adicional, isto é, a famosa “aprendizagem contínua” tão exigida atualmente das organizações. A tecnologia exerce papel de destaque nesse contexto.
O mercado de trabalho demanda hoje um novo perfil de profissional. É fundamental que ele se desenvolva de maneira completa, ou seja, tanto na capacidade de atingir metas e objetivos arrojados e alinhados com a estratégia da organização quanto no que diz respeito ao trabalho em equipe, ao engajamento profissional e à empatia. A potência que esta combinação de características proporciona é capaz de fazer com que ele se dedique com paixão ao que está realizando e, ao mesmo tempo, tenha ambição para buscar aprendizados que agreguem valor e façam a diferença para o time.
Para o escritor Daniel Goleman, da Universidade de Harvard, o modo como o indivíduo gerencia suas emoções é determinante para o seu sucesso pessoal e profissional. Exatamente nesta ordem. Não adianta ser realizado no trabalho e infeliz na vida. Os colaboradores com maior domínio de sua inteligência emocional geralmente são mais confiantes, adaptáveis e flexíveis. Aqueles que conseguem manter o equilíbrio diante das adversidades, a motivação para superar os obstáculos e um relacionamento interpessoal gentil terão maiores chances de alcançar o sucesso profissional.
Mas, não existe uma receita para isso. Muito pelo contrário, a pandemia aumentou a ansiedade e a impaciência nas pessoas criando uma cortina de fumaça entre a zona de conforto e a insegurança e agilidade nas tomadas de decisão.
O aprendizado contínuo exige uma nova postura de vida, com quebra de paradigmas. O grande vetor deve ser a curiosidade, o interesse real em desenvolver novos conhecimentos com muita dedicação pessoal. Estamos todos, consciente ou inconscientemente, em contínua e constante evolução. Fundamental atualizar a maneira pela qual aprendemos as coisas, como reagimos a pressões e para onde estamos caminhando.
Você, profissional contemporâneo tem no talento seu principal diferencial competitivo - aquilo que será considerado fator crítico de sucesso para o desenvolvimento da sua carreira. O seu maior legado intangível. A sua marca mais importante, ou não. Você é o talento que as empresas precisam neste momento? Pense nisso!
André Esteve é diretor executivo do Instituto Cyclus e professor universitário
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