Vereador Tarcísio MottaRenan Olaz/CMRJ
Com um enorme feirão de imóveis federais do Rio de Janeiro em andamento, o Ministério da Economia nos dá mais uma prova de que não tem compromisso com o bem comum, com o que é nosso, além de atestar que não entende nada sobre nossa cidade. Quem conhece o Rio de perto sabe muito bem que, além da preservação da memória urbana e do fortalecimento da Cultura carioca, o poder público precisa priorizar programas de moradia popular para reduzir a desigualdade social da metrópole, cuja população em situação de rua não para de crescer e onde centenas de milhares de famílias vivem em condições precárias de moradia. Apesar disso, o prefeito, que prepara o seu próprio feirão de imóveis municipais, comemora e aplaude sorridente!
A infraestrutura pública do Rio deveria estar a serviço de políticas públicas que visem promover, defender e garantir o direito à cidade a todos, mas a dupla Guedes e Paes prefere tratar o município como um balcão de negócios e entregar bens comuns de bandeja para o mercado imobiliário, governando o espaço urbano como um supermercado, onde o lucro de poucos está acima da vida do povo, e o dinheiro é mais livre que as pessoas.
O primeiro feirão já traz uma lista diversa: tem terreno em São Cristóvão, casas no Rio Comprido, sobrados na Saara, até imóveis que já fazem parte da história da cidade, como o prédio do Mercadinho São José, em Laranjeiras, e o Teatro Cacilda Becker, no Catete. O Palácio Capanema, que chegou a ser cogitado como um dos bens a serem vendidos, não aparece nesta lista, mas isso não quer dizer que está a salvo, já que o governo federal entende que pode vender qualquer imóvel da União, basta receber uma oferta. Afinal, a sanha espoliativa do governo Bolsonaro trata os patrimônios brasileiros como meros ativos de mercado.
A esta altura do campeonato, em meio à maior crise sanitária e econômica do século, brigar para preservar o patrimônio público no Brasil é brigar por direitos básicos, como moradia e Cultura, para que, enfim, possamos olhar para o futuro e criar projetos que encham de fato a geladeira.
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