A viagem a Nova York dispensa comentários. Faz lembrar Odorico Paraguaçu.
Essa CPI do Senado demonstrou a negligência e o negativismo do governo, com irresponsabilidade no quadro grave em que vivemos com a pandemia
Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
O Brasil, como sociedade democrática, está doente. O radicalismo e as políticas do ódio, da calúnia e da difamação agravam as dificuldades na Economia, na política e no social. Privilegiados, detentores de mandatos, funcionários públicos em geral, sindicalistas bem-remunerados, alguns aproveitadores no setor privado estimulam este quadro deplorável pelo baixo nível comportamental e moral.
A grande farsa é que a sucessão presidencial será decidida entre o atual presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula, sabidamente envolvido em casos de corrupção, enriquecimento pessoal e familiar, irresponsabilidade em financiamentos oficiais concedidos a países sem tradição de bons pagadores, intimidades comprometedoras com empresários aproveitadores. A crise que vivemos é herança dos anos PT.
O providencial afastamento da presidente Dilma permitiu que o seu sucessor, Michel Temer, colocasse algumas coisas em ordem, apesar de ele mesmo ter insistido em ligações com parceiros tóxicos, que integraram seu governo, sendo que alguns já com passagem pela cadeia.
Jair Bolsonaro foi a opção ao PT, abraçada pelos brasileiros que queriam dar um basta às práticas políticas que fizeram pobre um país rico, não apenas em recursos naturais, mas com uma elite empresarial e acadêmica de excelente nível. Temos quadros técnicos para progredirmos com segurança.
No entanto, inseguro e tosco, Bolsonaro não teve a humildade de apenas coordenar a excelente equipe que formou e orientou, embora com alguns personagens equivocados, como o provinciano juiz Sergio Moro, que, dominado pela vaidade, abandonou uma bonita carreira de 22 anos no Judiciário, pelos seus minutos de glória.
O governo, no geral, é bom, mas o presidente, com o seu comportamento caricato, agressivo, arrogante, vem colocando tudo a perder. Apesar de tantos mandatos no Congresso, não percebeu que política se faz com diálogo e negociação, e não com agressões. Carlos Lacerda foi o mais agressivo de nossos políticos, mas também o mais notável entre todos pela capacidade intelectual e de agregar pessoas de nossa melhor elite em seu tempo.
Os mais chegados ao presidente e seus íntimos são de um nível constrangedor. E a insegurança torna estéril seus contatos de melhor nível. A viagem a Nova York dispensa comentários. Faz lembrar Odorico Paraguaçu. Essa CPI do Senado demonstrou a negligência e o negativismo do governo, com irresponsabilidade no quadro grave em que vivemos com a pandemia. Mas dominada por ódios, com seus exageros, vai colocar a perder a apuração das responsabilidades do governo na dimensão da calamidade. Especula sobre tentativa de corrupção não consumada, por mero capricho político. E tem membros cercados de suspeições e especulações sérias.
O Brasil é maior do que esse quadro, a sociedade está mobilizada para defender os princípios que a levaram à espetacular vitória de 2018. Encontrará um nome em torno do qual vai procurar achar a paz, com ordem e progresso. E com o equilíbrio e o bom senso que o momento exige.
Vai ter terceira via mesmo. E não deve ser os que até agora andam se apresentando como tal. O nome será convocado. Quem viver verá!
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