Samuel Malafaia (DEM)Divulgação/Alerj

Ao conseguir autorização da Anvisa para produzir um imunizante 100% nacional contra a covid-19, por meio da Fiocruz, o Brasil reafirma sua condição de pioneirismo quando o assunto é vacinação em massa de cidadãos. Tal notícia não só nos enche de orgulho como sinaliza que esta nação reúne, sim, todas as condições para se tornar uma potência mundial. Num momento em que os países se voltam para o combate a mais uma variante dessa terrível doença, essa novidade reforça a posição brasileira na corrida pela Saúde.
Não é de hoje que o Brasil é um craque em vacinação. O sucesso do país nesse campo remonta ao início do século 19. Naquele tempo, mais precisamente em 1804, o marquês de Barbacena chegou ao Brasil trazendo na bagagem doses de imunizante contra a varíola. Três décadas depois, a vacinação contra esta doença se tornaria obrigatória no Brasil, que dava, assim, o pontapé inicial para se tornar o que é hoje: referência em todo o planeta.
O século 20 é um marco na expansão das vacinas em todo o território nacional. Foram nos anos de 1900 e 1901 que o Instituto Soroterápico (atual Fiocruz) e o Instituto Serumtherápico (atual Butantan) acabaram sendo fundados, respectivamente no Rio e em São Paulo. A partir daí, vimos as campanhas vacinais explodirem por todas as regiões do país, sobretudo entre as décadas de 1970 e 1990.
Até chegarmos ao estágio atual de enfrentamento à covid-19 e suas variações, com a maior batalha jamais vista pela Ciência, muitos investimentos tiveram que ser feitos. Em pesquisas, em estudos, em testes, em laboratórios, em equipamentos e, especialmente, em material humano. Uma vez mais o brasileiro mostra o seu valor, ao alcançar a autonomia na produção de vacinas contra a maior de todas as chagas em tempo recorde.
Viva a vacina, viva o SUS, o mais moderno e democrático sistema público de Saúde do planeta. Não há em qualquer parte do globo terrestre um país que atenda a sua população, ainda que com muitos problemas, claro, da forma como o SUS atende. Não à toa países de primeiro mundo enviam constantemente ao Brasil delegações da área de Saúde para que entendam como tudo pode funcionar num país de dimensões continentais como o Brasil, com uma população grandiosa como a nossa.
Portanto, acredito que ao viabilizarmos uma vacina 100% nacional contra a covid damos um recado indelével ao mundo: os brasileiros são completamente capazes de enfrentar os desafios da Saúde.
Samuel Malafaia é deputado estadual (DEM-RJ)