Relator do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ)Divulgação/Câmara dos Deputados

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Hugo Leal Deputado federal (PSD/RJ)
Em Petrópolis, o momento é de resposta: de ações urgentes e emergenciais para localizar as vítimas do temporal, para cuidar dos feridos, para amparar os desabrigados e desalojados, para limpar e recuperar a cidade. É neste mutirão que todos devem estar engajados agora, quando todas as desavenças e divergências devem ser deixadas de lado. O momento é de luto, acolhimento e trabalho conjunto.
Este momento inicial vai passar e devemos, então, olhar para o futuro da Cidade Imperial. Foi pensando no futuro mais imediato que a bancada do Rio de Janeiro no Congresso esteve unida em um mutirão de emendas individuais para Petrópolis, que mobilizou 22 deputados e dois senadores. Destinamos recursos federais para a saúde, para assistência social, para a defesa civil, para infraestrutura: são áreas que a prefeitura precisará reforçar, nos próximos meses, para fazer frente às consequências da tragédia.
Mas é preciso pensar também em investimentos a longo prazo, focados, prioritariamente, em evitar que tragédias climáticas como a deste triste fevereiro de 2022 – a maior da história do município – não se repitam. Sabemos que a localização geográfica de Petrópolis, cercada por montanhas, e os fenômenos meteorológicas na região favorecem chuvas intensas e concentradas. O imperador Pedro II, fundador da cidade, já registrava em seus diários, mais de 150 anos atrás, os transtornos causados pelos temporais na cidade. Também não podemos esquecer que os cientistas advertem, já há algum tempo, que eventos extremos serão cada vez mis comuns com o avanço do aquecimento global e da crise climática.
Para prevenir novas tragédias, precisamos aperfeiçoar os sistemas de monitoramento e alerta, inclusive criando estações especializadas nas regiões mais vulneráveis. Em 2012, depois da catástrofe climática responsável por quase mil mortes na Região Serrana, o Congresso aprovou a criação do Sistema Nacional de Defesa Civil, exatamente para atuar mais fortemente na prevenção e no socorro. Até hoje, entretanto, ainda não foi regulamentado o Fundo Nacional de Defesa Civil, que reuniria os recursos necessários para mais investimento em tecnologia para a previsão, prevenção e alerta – além, naturalmente, de socorro em caso de tragédia.
Também é fundamental para Petrópolis um grande programa de moradia popular – um programa necessário para todo o país, mas, especialmente, para as cidades com enormes contingentes vivendo em áreas de risco. Ninguém mora nessas áreas porque deseja. Levantamento de 2018 revelou que, na Cidade Imperial, 27 mil pessoas moravam em áreas de risco – 15 mil apenas no centro, alvo do temporal do dia 15. Olhar para o futuro de Petrópolis é olhar para o futuro dessa população, que precisa de moradias dignas para que essas encostas sejam desocupadas e reflorestadas.
Hugo Leal é deputado federal (PSD/RJ)