Willian Coelho: Naves do Conhecimento e o saber sem fronteiras
Willian Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia Opinião O Dia - Divulgação
Willian Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia Opinião O DiaDivulgação
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Willian Coelho
Secretário municipal de Ciência e Tecnologia
Ainda é um grande desafio inserir os meios tecnológicos nas comunidades. Por mais que imensuráveis novidades tecnológicas surjam de forma galopante, poucas delas de fato chegam à vida da população das regiões menos favorecidas da cidade. Diante desse cenário, as Naves do Conhecimento cumprem um papel fundamental com ambientes multiusos e interativos que estimulam a busca por novos conhecimentos visando à democratização do acesso à informação. Desde 2012, as Naves do Conhecimento, desenvolvidas pela Prefeitura do Rio, estimulam novas formas de aprendizagem oferecendo gratuitamente cursos de alto nível, oficinas e acesso à internet banda larga para as pessoas.
Infelizmente houve uma incapacidade do governo anterior em não perceber o quanto esses equipamentos são importantes para a população. Principalmente para os moradores das comunidades, representados por um contingente considerável de pessoas que jamais tiveram acesso a um computador. Vale ressaltar que as naves receberam 700 mil visitas e mais de 73,5 mil usuários cadastrados apenas no primeiro ano de sua criação.
Quando reassumimos esses equipamentos, nos deparamos com um estado de abandono. Equipamentos que podem mudar a vida de tantas pessoas estavam relegados ao descaso e fechados ao público por tanto tempo. Desde janeiro do ano passado, início da atual gestão, a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia realizou vistorias, fez levantamento patrimonial e da situação estrutural das nove Naves do Conhecimento para uma nova licitação e reestruturação de todos os equipamentos.
Nosso primeiro passo foi cancelar alguns dos contratos já existentes e que estavam ativos, mesmo com as naves fechadas sem atividades presenciais, gerando alto custo ao município. Através de parcerias, continuamos a promover inclusão tecnológica oferecendo mensalmente cursos de tecnologia online e gratuitos. Foram 17 mil alunos inscritos no ano de 2021.
Outro ponto focal foi a reformulação do conteúdo da programação oferecida dentro das naves. Nosso objetivo é transformar as naves em verdadeiros polos de capacitação na área de tecnologia e inovação. Precisamos preparar as pessoas para o mercado de trabalho pujante que está batendo diariamente à nossa porta.
Atualmente é inquestionável a necessidade de mão de obra especializada em Tecnologia da Informação. Essa demanda praticamente dobrou se compararmos às necessidades em outros segmentos de formação técnica. Adequamos a grade de cursos, palestras e oficinas para uma nova realidade.
A partir de dezembro do ano passado, conseguimos devolver para a população as Naves do Conhecimento do Engenhão, de Madureira, do Complexo do Alemão, de Triagem e da Vila Aliança, na Zona Norte. Desde a reabertura dessas cinco naves, elas já receberam 4.632 visitantes. Nossa meta é reativar outras quatro naves ainda nesse semestre: Santa Cruz, Irajá, Padre Miguel e Penha. Vamos recuperar o projeto Naves do Conhecimento para que elas continuem a potencializar a experiência digital e possamos seguir com nosso compromisso de promover políticas públicas de fomento, estímulo e difusão das ferramentas tecnológicas e a aplicação prática do conhecimento científico.
*Willian Coelho, secretário municipal de Ciência e Tecnologia
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