Isa Colli é escritora e jornalista Divulgação
O agressor foi levado para uma unidade psiquiátrica por apresentar um quadro de surto psicótico e deverá responder por fato análogo ao crime de tentativa de homicídio. A mãe do garoto informou na delegacia que o filho apresentava comportamento agressivo nos últimos tempos, sendo acompanhado por psicólogo e psiquiatra.
Mais uma vez nos vemos diante de um ataque que pode ter sido motivado por bullying, que são manifestações de violência física ou psicológica contra crianças e adolescentes.
Por que crianças e jovens cometem bullying? Existem falhas e omissões que levam a esse tipo de comportamento? As perguntas são muitas e é preciso enfrentar o debate, mesmo que se toque em feridas que não queremos mexer.
Os alvos preferidos são alunos que fazem parte de minorias. A discriminação, em geral, acontece em decorrência de orientação sexual, crença religiosa ou alguma característica física ou comportamental, como o excesso de timidez.
É preciso estar atento para perceber o bullying na escola porque muitas vezes o agressor age quando não tem ninguém por perto e a vítima pode se isolar. É possível identificá-lo observando alguns sinais e mudanças no comportamento do aluno, como tristeza e irritabilidade; medo de ir à escola; isolamento; perda de apetite e insônia.
Quando o problema é identificado, família e escola têm de atuar em conjunto para dar suporte emocional à vítima. É importante também conversar com o agressor, que pode estar agindo de maneira violenta para sinalizar algum problema pessoal que esteja vivendo, às vezes até de violência familiar.
O bullying não pode ser considerado algo sem relevância. Todo caso deve ser levado a sério porque traz inúmeras consequências negativas para a vítima e também para o agressor. Por fim, defendo que seja feito um trabalho preventivo com palestras e debates para conscientizar toda comunidade escolar.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.