O Brasil parece que não acordou para a realidade de que a situação econômica e social só poderá progredir e, assim garantira paz interna indispensável para consolidar a democracia, com ampla liberdade econômica, vencendo a burocracia histórica, a corrupção, a falta de poupança interna e gerar atrativos para a externa.
O governo deve se ausentar da produção e dos serviços atendidos pela livre empresa. Não tem cabimento Banco do Brasil e Caixa Econômica, que competem entre si, com gestão política e pesada. A Petrobras nem precisa ser privatizada, mas sofrer um processo sério de venda de ativos, incluindo aqueles que podem e devem ser compartilhados com as demais empresas. E diminuir sua presença no refino.
A venda da BR Distribuidora foi um passo muito positivo. Pena que o processo tenha sido alterado pelas desnecessárias trocas de gestores. Os que saíram eram da melhor qualidade.
A liberação de alguns setores, iniciadas no governo Collor, e a criação das agências reguladoras não podem tornar o controle estatal um fato determinante na gestão das empresas reguladas. Estas não podem ser “aparelhadas” ideologicamente e precisam contar com a participação mais ativa da sociedade, para garantia do pluralismo necessário. O poder exagerado e a burocracia não podem ser do agrado de quem investe. E todas as economias, hoje, no mundo democrático capitalista querem atrair investimentos.
O Brasil, talvez, seja, entre as 20 maiores economias do mundo, a que mais sofre regulação excessiva, que retira a segurança jurídica e prejudica o planejamento dos que investem e não especulam. Não geramos um ambiente animador ao investidor. Parece claro que devemos discutir mais rumos econômicos, caminhos para o crescimento, do que miudezas políticas, muitas sem nenhuma importância mesmo.
No momento em que temos um Banco Central independente e bem-gerido, deveríamos avançar em fazer do mercado de capitais um instrumento de atração da poupança privada, estimulando a emissão de novas ações pelas empresas cotadas, com coragem que pode incluir estímulos fiscais e até anistia para subscritores de novas ações a ficarem indisponíveis para venda por cinco ou dez anos. Deve-se criar no Rio de Janeiro um mercado de câmbio objetivo e dentro do que o BC já vem sinalizando. Sonho, aliás, do grande Roberto Campos, que foi deputado pelo Rio.
Um ano eleitoral não justifica atrasar a busca do desenvolvimento. Afinal, nos outros países não há eleições e, nos que têm, o processo eleitoral não influi nos rumos dos temas que tocam o dia a dia dos povos. E não se antecipa as campanhas como aqui.
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