Paulo Ganime é deputado federal NOVO-RJ Divulgação

O Rio de Janeiro pode até ser lindo, mas há muito deixou de ser competitivo. No ranking comparativo com os demais estados e o Distrito Federal, aparece em preocupante 17ª posição entre 27 unidades analisadas. Ainda somos a segunda maior Economia do país, atrás apenas de São Paulo. Mas poderíamos ser um estado muito mais justo, inclusivo e pujante com atenção a pontos importantes de nossa cadeia produtiva e da nossa teia social.
Temos alguns potenciais que podem ser trabalhados para melhorar no ranking elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Estamos em segundo em capital humano em um estado que tem 16,4 milhões de habitantes. É o nosso melhor trunfo porque, nos demais quesitos, estamos em posições intermediárias.
Somos apenas o 8º em sustentabilidade ambiental, em um estado cuja capital gaba-se de suas belezas naturais. De que adianta sermos belos se não soubermos cuidar de nossos ecossistemas e do nosso meio ambiente? A cidade do Rio ainda povoa o imaginário dos turistas nacionais e internacionais que desejam aproveitar nossas praias, nossas atividades culturais, deixando nos cofres públicos recursos fundamentais para fazer a economia girar.
Quando falamos em Educação, a capital cultural do país, berço de escritores fundamentais para nossa literatura, está apenas em 10º, isso por conta do Ensino Superior. Se formos falar em Educação Básica, os resultados são ainda piores. Se patinamos nas potencialidades, afundamos nos desafios. O Rio de Janeiro está em último lugar em solidez fiscal. Sucessivos governos construíram o cenário atual, aumentando a necessidade de socorro à União. Estamos em 26º lugar quando a análise é sobre segurança pública. É um resultado que transmite a realidade dramática de todos os moradores do Rio de Janeiro.
Estamos em segundo em capital humano, mas aparecemos em 18º como potencial de mercado, o que explica uma taxa de 14,2% de desemprego segundo dados do IBGE. Se a iniciativa privada fica com medo de investir, o setor público deveria compensar com menos burocracia e mais agilidade. O Rio, contudo, aparece apenas em 14º quando é analisada a eficiência da máquina pública.
Temos um imenso potencial na área de petróleo e gás, uma indústria criativa com capacidade para gerar empregos e renda, com a presença de diversos institutos federais e universidades que têm fomentado a pesquisa e inovação em diversas localidades pelo estado, não apenas nesse segmento, como a Fiocruz, a UFRJ e os Institutos Federais, por exemplo.
Nossa vocação para a inovação é altíssima! Em breve teremos um enorme ecossistema de inovação em Energia e Sustentabilidade, um projeto selecionado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) REAP, do qual tenho a honra de ser um dos líderes. Mas é preciso fazer o dever de casa. Mas temos de transmitir segurança para os investidores.

O percurso requer muito trabalho, competência, planejamento. Um Rio mais competitivo é bom não apenas para os seus moradores, mas para o país. Seguimos como referência. Se dermos o salto de qualidade que precisamos, o Brasil também saltará junto. O Rio segue majestoso, mas não podemos esquecer que só charme não torna a vida do cidadão melhor.
Paulo Ganime é deputado federal (Novo-RJ) e coordenador de desestatizações e privatizações da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo