Clebson Guilherme: Gestor público e empresárioDivulgação

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Clebson Guilherme Gestor público e empresário
Inicio esse texto com os dados estatísticos do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, onde segundo o último CENSO Demográfico, aponta que 54% da população brasileira é de negros.

Eu me pergunto, quando essa grande maioria de brasileiros, irá entender a necessidade de apoiar, votar em representantes que sabem da sua realidade, o que é sofrer com o racismo velado, o preconceito no mercado de trabalho, e, em todas as esferas da sociedade e etcétera? Será que por isso, ainda existem poucos candidatos pretos e pardos no quadro da política Municipal, Estadual e Nacional, por saberem que não terão apoio de quem poderia apoiá-los?

Até quando o quadro de políticos será de maioria branca em um país de maioria negra? Até quando eleitores negros, e aproveito para incluir nessa minha indagação os LGBTsQIA+ e mulheres, também, irão continuar sem votar em candidatos que poderiam representa-los nas Câmaras Municipais, Estaduais, Federais? Quando os Partidos Políticos irão procurar, dar uma chance, encontrar candidatos negros, mulheres e LGBTsQIA+ para concorrerem aos cargos de prefeito, senador e porque não, de presidente da República?

A cada eleição vejo surgir poucos políticos, que fazem parte, querem ser representantes "desses grupos" de pessoas da sociedade, dentro dos Poderes Públicos. E quando vejo os resultados das Urnas Eleitorais me pergunto: Nada mudou! Não existem eleitores suficientes negros, LGBTsQIA+ e mulheres que poderiam ter elegido aqueles, poucos candidatos, que desejavam representa-los? Até quando a candidatura de negros em nosso país não terá sua devida importância e a baixa representação de negros será mantida na política nacional?

As minhas indagações não se tratam de posição ideológica ou partidária, mas sim de uma necessidade urgente. Pois só teremos Políticas Públicas dignas, voltadas para a população negra, mulheres, índios e LGBTsQIA+ quando elegerem candidatos que já "sentiram na pele" intolerância, preconceito, discriminação, algum tipo de violência, perseguição e até a exclusão em ambientes, lugares comuns para qualquer cidadão...

Quando forem eleitos, representantes de fato, desses milhares de brasileiros, será o início de uma reparação a fatos como: Preconceito e perda de direitos restritos dos negros, violência e extermínio de índios. Violência, perseguição e ou agressão às pessoas por opção sexual ou religiosa. Violência e preconceito contra as mulheres, entre outros mais, que crescem a cada dia nos dados estatísticos sobre a violência do País.

Mas este ano, parece que vem surgindo “uma luz no fim do túnel” com o surgimento de milhares de eleitores jovens que resolveram exercer a cidadania tirando o seu Título de Eleitor. E como diziam nossos avós: "A esperança é a última que morre!" E sendo brasileiro, não desisto nunca de tê-la. Eu tenho fé que essa política será renovada.
Clebson Guilherme é gestor público e empresário