Eduardo Figueira, presidente da RioFilme Divulgação

A vida é repleta de nãos, principalmente na carreira de um produtor, que se constrói a partir de busca de parcerias em um ambiente profundamente competitivo e dinâmico. Não existe produtor que trabalhe sozinho, e o sim, é uma palavra fundamental para que as missões coletivas sigam adiante e tenham sucesso.
O não quase sempre é a reposta mais fácil e confortável, sobretudo quando o interlocutor fala por setores pouco abertos ao novo, mas tive a felicidade de trilhar um caminho repleto de sins desde que me integrei ao time da Prefeitura do Rio, onde, depois de 41 anos de trajetória profissional na TV Globo, vivencio uma experiência de pensamento e ações conectadas na direção de novos e melhores tempos para o setor. E assim, desde o convite para assumir a presidência da RioFilme, um cotidiano de pactos de trabalho e confiança se firmaram para levar adiante medidas urgentes que nomeamos de Retomada do Audiovisual Carioca.
Lançada no primeiro semestre desta gestão, a Retomada propunha: o fomento de R$ 20 milhões para dar fôlego emergencial ao setor no Rio; a reabertura do CineCarioca Nova Brasília, no Alemão, ocorrida em outubro passado; a otimização da Rio Film Commission, para agilizar e atrair filmagens para a cidade, e a licitação do Polo Cine Vídeo, firmada contratualmente há poucos dias. Hoje, posso dizer com felicidade e até uma ponta de orgulho, que tenho uma gratificante sensação de missão cumprida.
Quando recebi o convite para vir para a RioFilme, o que primeiro me motivou foi um sentimento de missão, de dever para com um setor que representa toda a minha vida profissional: o audiovisual. Quando eu estava do lado de lá, na iniciativa privada, eu olhava a dureza do percurso do produtor independente junto aos órgãos de fomento, e me despertava uma vontade enorme de colaborar para desatar os nós que impediam o crescimento e a ampliação do mercado audiovisual no Brasil, especialmente no Rio, que é a minha casa. A possibilidade de vir para a RioFilme chegou como uma oportunidade de tentar implementar todas as ideias, energia e inquietações que me eram despertadas.
Fundamental dizer também que desde o primeiro momento me movi para ouvir o setor, todas as minhas decisões à frente da RioFilme foram tomadas a partir do diálogo com os diferentes segmentos do audiovisual no Rio. Sem diálogo não há a menor chance de construir qualquer plano de ações minimamente satisfatório.
Hoje, celebramos o fato de ajudar a plantar um pouco de otimismo em um cenário que encontrei marcado pelo desânimo e pela falta de perspectivas em curto prazo. Mas, precisamos fazer mais, a aprovação da lei Paulo Gustavo chegou para catalisar esse desejo de urgência, partimos então para o desafio de fazer que esses recursos cheguem o quanto antes ao audiovisual carioca. É simbólico que esse motor financeiro leve o nome de um dos maiores artistas que o Brasil conheceu. Que a alegria que o Paulo Gustavo representava nas telas reverbere em trabalho e renda para os profissionais da cultura e dias melhores para o nosso Rio de Janeiro.
*Eduardo Figueira é presidente da RioFilme