O Rio de Janeiro, como sabemos, é um dos destinos mais desejados em todo o mundo, seja por suas belezas naturais, a hospitalidade de seu povo ou pela liberdade que as pessoas sentem ao conhecerem o ‘espírito carioca’
Antonio Mariano é secretário municipal de Turismo - divulgação
Antonio Mariano é secretário municipal de Turismo divulgação
Uma notícia recente me deixou frustrado, enquanto secretário municipal de Turismo. Um grupo de turistas holandeses que queria conhecer as belezas do mais antigo jardim botânico da América Latina, o do Rio de Janeiro, criado por decreto real por Dom João VI, em 13 de junho de 1808, foi barrado na entrada.
Para a surpresa deles e de milhões de turistas, como eu, a explicação era que o órgão não aceita pagamento com cartões emitidos no exterior. Além do balde de água fria nos visitantes e da indignação que tal notícia criou em todos, traz também uma reflexão importante.
Em pleno século 21, onde é possível ter contas em bancos virtuais e fazer pagamentos com crédito ou débito nas mais variadas moedas, e ainda temos situações como essa. Acho que é preciso mostrar que a metrópole Rio de Janeiro não pode se ater a práticas de lugares provincianos. Fosse essa a regra geral, ao viajarmos para o exterior teríamos de levar malas de dinheiro em espécie, uma prática que tem sido abolida nos demais países do mundo e nos destinos turísticos que disputam conosco a atração dos visitantes.
A nota me fez entender que, além de trabalhar a política de turismo da Cidade Maravilhosa, precisamos discutir com todos os segmentos ligados ao setor as fórmulas para facilitar a vida dos nossos visitantes. Tenho certeza de que, assim como no Jardim Botânico, outras atrações possuem regras que estão bem distantes das políticas adotadas em todo o mundo nesse século.
Temos de entender o que levou a definição de cada uma dessas regras, discutir as mudanças diante de um novo cenário e reforçar a imagem de que nossa cidade está conectada às boas práticas e a uma economia globalizada.
Essa conversa precisa ser urgente, pois ao mostrar o Rio de Janeiro como uma cidade plural, com oportunidades múltiplas no setor turístico, temos de oferecer as ferramentas para que essas possibilidades aconteçam. A Cidade Maravilhosa precisa reforçar a sua imagem de uma metrópole internacional, usar essa questão dos turistas holandeses como um ponto de reflexão e de mudança. Precisa ser a ferramenta para darmos um passo à frente e conquistarmos o pódium.
O Rio de Janeiro, como sabemos, é um dos destinos mais desejados em todo o mundo, seja por suas belezas naturais, a hospitalidade de seu povo ou pela liberdade que as pessoas sentem ao conhecerem o ‘espírito carioca’. Esse estado de espírito que é ser carioca faz com que ano a ano aumente o número de visitantes, nacionais e estrangeiros, que querem aplaudir o pôr do sol no Arpoador, fazer a clássica foto de braços abertos aos pés do Cristo ou, simplesmente, observar o cair da noite no alto do Pão de Açúcar, apercebendo-se aos poucos dos bairros que vão se iluminando com o fim de mais um dia.
Esse é o Rio que queremos e que precisamos oferecer aos nossos visitantes. Temos de fazer de cada visitante um ‘carioca’, embaixador de nossa cidade nos quatro cantos do mundo.
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