As eleições se aproximam e por vezes, a discussão sobre o que mais interessa, que são as propostas dos candidatos para as mais variadas áreas, fica de lado. Isso é preocupante, pois o que mais deve servir ao eleitor como critério de escolha são justamente as ideias de cada um. No caso da segurança pública, tomei a liberdade de comentar, brevemente, os principais pontos dos candidatos à presidência mais bem colocados.
Começando pelo atual presidente, com o seu posicionamento a favor do armamento, a aposta continua na legítima defesa da população e o acesso às armas de fogo que, para ele, é um elemento que contribui com a política de segurança pública e pacificação social. Faz sentido, pois o cidadão tem o direito de se defender.
Ele promete ainda, ampliar as soluções de segurança no campo e também aumentar o investimento em órgãos de segurança pública, melhorando planos de carreira e remuneração. Está aí uma demanda almejada pelos quase 500 mil policiais de todo o país, pois treinamentos e equipamentos são primordiais para o bom exercício da profissão.
Lula e Ciro Gomes têm ideias parecidas, apostando em ações que preveem mais rigor na prevenção e investigação de violência contra minorias. Trata-se de uma visão importante, pois, como já afirmei outras vezes, não se faz segurança pública só com polícia. A questão das minorias só mudará com investimento firme em distribuição de renda, emprego, acesso à educação, cursos profissionalizantes, saúde etc. Pensando na sociedade como um todo, hoje, o que mais aflige a população são roubos, tiroteios e bala perdida, pois é essa violência que tem lhes tirado a paz.
Eles citam também colocar em prática o Sistema único de segurança pública (Susp), sancionado pelo ex-presidente Michel Temer e que prevê a padronização dos procedimentos. Trata-se de um bom caminho que, se bem ajustado, pode fomentar ações integradas, compartilhando dados e atuando com maior inteligência. Os dois falam ainda numa melhor política de drogas, atuando de forma intersetorial para a prevenção e assistência ao usuário. E, por fim, como o atual presidente, prometem melhorias na qualificação dos policiais e suas carreiras.
Bem, o espaço aqui é pouco para comentarmos um tema tão complexo, porém é importante sabermos um pouco do que cada um pensa. Fica a torcida para quem quer que seja eleito, efetivamente, dê total atenção ao tema para frear a crescente violência que assola o país.

*Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública