O noticiário da semana foi pautado pelas diferentes adesões aos dois candidatos. Entretanto, não foram manifestações relevantes e dignas de nota, quase todas naturais e coerentes. O primeiro a ter seu apoio a Lula anunciado foi Roberto Freire, que presidiu o Partido Comunista e seus sucessores, PPS e agora Cidadania. No fundo, já estava com Lula há muito tempo.
FHC e Serra são outros casos de evidente obviedade. FHC sempre foi de esquerda, tendo mergulhado algum tempo para pescar apoios no centro-democrático e até nas direitas que formaram sua base aliada, e Serra, antigo presidente da UNE, sempre ligado aos comunistas, como revela em seu livro sobre 1964. Este sem nenhuma relevância, pois nem conseguiu se eleger deputado federal, mesmo tendo sido prefeito e governador de São Paulo e candidato duas vezes a presidente da República.
A senadora Simone Tebet vinha sinalizando que esta seria sua posição. Nada mais natural que os simpatizantes do bolivarianismo latino-americano se coloquem com Lula, cuja votação foi logo saudada por Daniel Ortega, a cujo governo “emprestou" centenas de milhões de dólares, nunca pagos. E no Brasil, as diferentes esquerdas, inclusive entre empresários e banqueiros, que sempre tiveram uma "ala progressista”.
A eleição se dá entre o campo socialista-populista e o liberal-capitalista, representado, entretanto, por um político menor, fruto de circunstâncias de momento. Os governadores alinhados, como os de Minas, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, são todos homens do centro-democrático, sem ênfase na ideologia, e sim na boa gestão apenas. Não poderiam embarcar numa aventura ideológica.
Bolsonaro é o de menos nessa campanha. Ele apenas representa um bom governo, uma boa orientação, um ato de prudência da sociedade em momento conflagrado no mundo globalizado. Seus bons resultados são inquestionáveis. Pena que não saiba se comportar e não ouve ninguém.
Erro em política sempre existiu. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tem liderança baseada nas duas boas gestões no comando da cidade. Nunca foi ideológico, muito menos de esquerda. Mas não resiste ao charme da mídia esquerdista, da turma do caviar, e reincidiu na opção desastrosa. Em 2018, jogou fora uma eleição muito provável por estes rasgos de infantilidade ou vaidade barata.
Logo, convenhamos que quem vai decidir esta eleição não são os políticos, e sim o que cada candidato representa como visão de mundo, de vida, de convicções. E uma opção equivocada, infeliz ou preconceituosa pode custar caro aos menos favorecidos, que são muitos em nosso país.
Para a burguesia rica ou mais preparada, mesmo a de esquerda, existe a alternativa do Galeão.
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