Andreia Soares Calçada psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil. Mestre em sistemas de resolução de conflitos. Autora de livros e artigos na área jurídica Divulgação

Com a crise econômica, o desemprego e o acúmulo de tarefas com o encolhimento de algumas empresas, muitos trabalhadores estão sofrendo de ansiedade no ambiente de trabalho. Um estudo conduzido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) mostrou que o percentual chega a 52% de pessoas sofrendo com o mal. Dados da Previdência Social apontam que em 2021, mais de 75 mil pessoas se licenciaram por depressão.
Para que a ansiedade não ultrapasse os limites saudáveis, pois em pequena escala nos impulsiona para as realizações, é necessário que haja limite no ambiente de trabalho. Principalmente no trabalho em home office.
É importante que o funcionário tenha claro que pode deixar de lado o perfeccionismo que o faz buscar limites irrealistas para a efetivação de seu trabalho. A sensação de que o que faz nunca é bom o suficiente e de que alguma crítica aterradora virá, gera altos níveis de ansiedade.
Saber lidar com a crítica é treinamento importante, sabendo ouvir bem como reconhecer falhas e qualidades. Procurar os dados de realidades na ocorrência dos fatos é sempre o melhor caminho para buscar soluções.
As profissões com maior nível de responsabilidade decisória e riscos além do estabelecimento de metas são aquelas que geram maiores níveis de ansiedade. Para conviver bem com a ansiedade e usá-la a favor do crescimento e bom desempenho profissional é fundamental que antes de tudo tenha-se claro que o trabalho é uma parte importante da vida e não a vida como um todo.
Não pode tomar conta de todas as relações que envolvem a vida de uma pessoa. Ela deve aprender a limitar tal interferência mesmo que para isso precise estabelecer como objetivo a mudança de área ou empresa. O status que um bom cargo ou promoção proporciona, bem como as boas sensações e o poder que advém de um cargo muitas vezes “sobem à cabeça”, tornando o indivíduo escravo dos mesmos. Torna uma pessoa reduzida ao ser gerente, diretor, ou engenheiro, fazendo-o esquecer de coisas simples, levando a cobrança da perfeição para que não perca a essência da conquista realizada.
Para que isso não aconteça, é importante que outros prazeres, além do trabalho, sejam mantidos. A criatividade deve ser estimulada na busca de alternativas de vida mais saudáveis caso o trabalho seja um motivo real para a ansiedade. Buscar cultivar o bom humor é algo fundamental para este gerenciamento.
A realização de atividades físicas é recomendação médica neste controle. Buscar olhar as dificuldades por outros ângulos é fundamental. Caso seja difícil realizar tal intento sem ajuda, a busca de um especialista é recomendada. A ajuda psicoterapêutica, e por vezes medicamentosa, podem ser grandes aliados na busca deste equilíbrio.
Andreia Soares Calçada é psicóloga clínica e jurídica. Perita do TJ/RJ em varas de família e assistente técnica judicial em varas de família e criminais em todo o Brasil.