Eduardo Nascimento, CEO da Minha Coleta Divulgação

O Brasil tem um potencial enorme para produção de Cultura e de soluções focadas no meio ambiente. Sabe-se que o cenário atual não é tão animador, contudo não se pode descartar as diversas iniciativas existentes no país que endereçam soluções para ambos cenários.

Um documento de nome “Brown to green” (“De marrom a verde”, em tradução livre), aponta que se continuarmos poluindo e consumindo do jeito que estamos, no fim do século a temperatura média da Terra estará ao menos 3,2º Celsius acima da registrada no início da Revolução Industrial no século XIX, muito além da meta de 1,5º Celsius definida no Acordo do Clima de Paris.

Segundo a Abrelpe, o Brasil recicla até 4% de tudo que poderia ser reciclado. Estima-se que sejam perdidos R$ 14 bilhões anualmente. Muitas soluções estão empenhadas em resolver esse problema que não combina nada com o Brasil.

Outro grande ativo nacional é a Cultura. Temos uma riqueza cultural de dar inveja em muitos países, mas quando olhamos resultados operacionais vemos o quando estamos sucateados também nesse outro grande eixo nacional. De acordo com o portal da transparência, em 2022, foram executados apenas R$ 454 milhões  dos R$ 1,65 bilhçoes orçados para o mesmo período.

Olhando para esses números, consegue-se pensar em como essas duas grandes forças podem se retroalimentar. A partir disto, perguntas começam a serem formuladas. Será que podemos usar manifestações culturais para aumentar o engajamento e o descarte correto? Será que com esse aumento podemos recuperar parte desta receita e investir em Cultura? E será que fazendo isso poderemos contribuir com a pegada ambiental e manter um mundo onde possamos habitar?

O projeto Coleta Musical (@coletamusical.rio) vem fazer alguns ensaios que podem ajudar com resultados práticos a estes questionamentos. Idealizado pela startup Minha Coleta, com patrocínio da Riocard Mais, que entendeu sua responsabilidade e impacto, através da lei de incentivo à Cultura da Prefeitura do Rio, o projeto vai pagar R$ 600 de cachê a músicos independentes, para que eles passem o coletor de recicláveis ao invés do seu chapéu.
Esse material será destinado para reciclagem recolhidos em 30 shows simultâneos na cidade do Rio de Janeiro terão foco no alerta para as crises climáticas, problemas ambientais do consumo e do descarte incorreto dos resíduos, além de valorizar o músico independente da cena carioca.

Eduardo Nascimento é CEO da startup Minha Coleta