O furto de celular cresceu 133% no Estado do Rio. Entre janeiro e julho deste ano, este foi o crime que teve maior alta na comparação com o mesmo período de 2021, também de acordo com o ISP
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública
- divulgação
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública
divulgação
Um grande problema tem tirado o sono de cariocas e fluminenses: o aumento da violência, especialmente roubos e furtos de carros e pedestres, estes tendo o celular como maior alvo. É preciso urgentemente ações objetivas para frear esse crescimento, repensando a logística e cobertura policial em todo o estado.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontaram que em bairros como Andaraí, Grajaú e Vila Isabel, todos na Zona Norte, o índice de roubo de veículo aumentou 49,5% nos seis primeiros meses do ano. Quando o assunto é roubo de rua, o índice dispara, registrando aumento de mais de 93% em junho, comparado com o mesmo período do ano passado. Segundo o Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (SindSeg), mais de 11 mil veículos foram furtados no Estado do Rio, somente entre janeiro e agosto de 2022.
O furto de celular cresceu 133% no Estado do Rio. Entre janeiro e julho deste ano, este foi o crime que teve maior alta na comparação com o mesmo período de 2021, também de acordo com o ISP. Foram mais de 16 mil casos, um a cada 20 minutos. Das 137 Circunscrições de Segurança Pública (Cisps) do estado — divisão territorial equivalente à área de atuação de uma delegacia distrital — em 113 houve crescimento desse crime.
Alguns fatores influenciam essa realidade, tais como o desemprego, a fome e também a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu em decisão liminar (provisória) a realização de operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia, que já deveria ter sido revogada. Afinal, por mais que o intuito seja preservar a segurança dos moradores, acaba por fortalecer o crime organizado. Foi assim na década de 1980, quando o então governador Leonel Brizola afirmou várias vezes que no governo dele a polícia não iria entrar nas comunidades.
De lá pra cá o crime se organizou, se fortaleceu e ampliou os seus tentáculos. As incursões planejadas e com inteligência são importantes no combate ao crime organizado. Recursos como as aeronaves que conseguem mapear os meliantes infiltrados no alto dos morros, em caixas d’águas etc. protegem policiais e cidadãos, pois limitam pontos estratégicos, tornando a progressão no terreno mais segura.
Enfim, não podemos deixar de bater na tecla de que a segurança pública é tema prioritário, emergencial e que deve estar na agenda do dia constantemente.
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.