Mulheres atendidas pelo Instituto Açucena em Petrópolis receberam certificados pela finalização dos cursos de gastronomia e saboariaDivulgação/Roberta Costa
Isso porque o PDI do Instituto Açucena é uma metodologia estruturada em cinco pilares que acontecem de forma integrada, visando realizar uma verdadeira transformação na vida dessas mulheres e de suas famílias, através da geração de renda, autoconhecimento e empreendedorismo. O Instituto Açucena, organização sem fins lucrativos, é uma iniciativa do Instituto Jonas Masetti, braço social do Instituto Vishva Vidya. E em Petrópolis acontece em parceria com a ONG Sal para Terra.
A primeira etapa leva o nome de “Nutrir” e ocorre durante todo o curso, visando a segurança alimentar com uma cesta básica mensal mediante presença nas aulas. Elas também recebem acolhimento emocional. A fase “Despertar” trabalha o autoconhecimento e a autoestima delas, mostrando o quanto elas são capazes, quando há vontade e dedicação. O pilar “Inspirar” tem o objetivo de contar histórias de outras mulheres que também passaram por situações desafiadoras e conseguiram crescer. A fase “Capacitar” é o curso profissionalizante em si. E no pilar “Empreeender” elas aprendem a vender, têm noções de marketing, empreendedorismo e administração.
Para Aline Aparecida Santa Rita, de 39 anos, o curso foi um despertar. Ela sempre quis ter o próprio negócio, mas nunca teve motivação e não sabia por onde começar. “Já estou colocando tudo o que aprendi em prática. Com as aulas de administração já sei o passo a passo para realizar meu sonho. Em outros cursos só te ensinam a cozinhar. Mas só isso não basta. Aqui aprendi a acreditar mais em mim, saber do meu valor e ter noções de como empreender da maneira certa”, contou Aline.
Hoje o trabalho com mulheres em situação de vulnerabilidade, muitas delas vítimas de algum tipo de abuso, conta com doações espontâneas dos alunos do professor Jonas Masetti e também ocorre na Ilha do Governador e no bairro de Sepetiba na cidade do Rio de Janeiro; em Florianópolis; e em Ribeirão Preto, São Paulo.
As aulas são presenciais e acontecem na ONG Sal para Terra, instituição sem fins lucrativos que tem como missão prevenir a criminalidade e atuar na formação social, profissional e espiritual de crianças e adolescentes em risco social, além de oferecer um espaço seguro e um ambiente familiar através de oficinas gratuitas. O trabalho do Sal para Terra é realizado desde 1999 com a colaboração de voluntários, que proporcionam a crianças e adolescentes cursos, oficinas e atendimentos nos períodos antes ou depois do colégio e recebem diariamente alimentação completa. “Através do trabalho do Instituto Açucena, observamos que as mulheres alcançadas tiveram a oportunidade única de desenvolver aptidões e valores que até então não tinham conhecimento. Isso é lindo”, descreveu Adilson Malaquias, presidente do Sal para Terra.
“Eu me superei. Primeiro a gente aprendeu a se autoconhecer. Hoje sei que sou capaz de alcançar meus sonhos. Quem desistiu do curso no início, não entendeu a grandiosidade das aulas. Aqui aprendi a soltar a voz e a compartilhar meus sentimentos. Agora o céu é o limite. É um passo de cada vez. São ensinamentos pra vida e que tenho levado para meus filhos”, relatou Rosângela Dutra, aluna do curso de saboaria. Já a Gláucia de Sousa, aluna da gastronomia comemorou. “Aproveitei a época de Natal para divulgar meus produtos e adivinha só: já estou cheia de encomendas”, declarou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.