O artista plástico Mauricio de Memória em seu ateliêDivulgação/Jeanne Duarte
No vernissage, um cortejo acompanhado pelo violino de Diego Teixeira fará as honras da casa, levando o público até as galerias e contando a rica história de vida do artista, que foi exilado durante 20 anos e professor de história, morando em Milão onde estudou e desenvolveu sua arte. A seguir, show com o duo Mano a Mano, com João Felippe no cavaquinho e guitarra bahiana e seu irmão João Victor no baixo, viola e cavaquinho. De forma descontraída e eclética vão de Gilberto Gil a Carlos Santana.
O catálogo com a seleção das obras do artista tem 96 páginas e capa dura, impresso em couchê fosco, com organização editorial e curadoria de Jeanne Duarte, e fotos dos irmãos Mario e Fernando de Aratanha.
A exposição Memória de Maurício – 80 anos ocupará os dois andares da galeria, o atelier, a Galleria Alba Zaluar e também o bistrô. Apresentará nas paredes cerca de 30 quadros de pintura acrílica sob tela, mas deixa à mostra para os visitantes todo o acervo do artista. A mostra fica em cartaz até o dia 24 de abril. Durante este período será lançado o edital de ocupação do espaço para artistas que queiram expor no local em 2022.
Comemorando 50 anos de carreira, Maurício é um visionário que criou a Piccola Arena. Situada no Rocio, em Petrópolis/RJ, é um complexo cultural com duas galerias de arte, um teatro de arena, o Divina Sálvia Bistrô e um ateliê com galeria a céu aberto. O conjunto cria um diálogo com o bairro verde em suas quatro dimensões: cultural, social, ambiental e econômica. Como disse um cliente, “arte pura, da parede ao prato”.
A Piccola Arena promove e recebe linguagens artísticas – shows acústicos, peças de teatro, espetáculos, exposições e eventos. O teatro tem capacidade para 140 pessoas e cobertura retrátil. Na sua construção utilizou-se de pedras e materiais do próprio terreno. As duas galerias de arte somam 140m2 e respeitam a natureza que as envolve. Painéis solares que encobrem o imenso telhado garantem autossuficiência na energia, e hoje já geram excedente para a região.
O Divina Sálvia Bistrô (48 lugares) contrata somente mão de obra da região, serve pratos com base na produção orgânica, e conta com horta e galinheiro. “Somos um espaço de resistência, e a intenção é cada vez mais caminhar na direção da sustentabilidade”, diz Maurício de Memória.
Sobre o artista
Historiador por formação, o sobrenome artístico adotado por Mauricio – de Memória – é bastante apropriado. É a memória e os fatos atuais (que um dia também se tornarão lembranças) a inspiração para seus 50 anos de pinturas, esculturas e cerâmicas. Mauricio tem mais de 10 exposições realizadas, incluindo grande individual no Sesc Pompeia SP.
“Um artista é o acúmulo vivido. Mauricio de Memória incorporou suas experiências pessoais aos quadros. Suas paisagens resultam em séries afetivas, mesclando gentes, amores e lugares, entre eles, as águas de sua infância: o Rio Paraíba, o Atlântico e a praia de Atafona. O ser político também se manifesta como matéria-prima importante na sua pintura. Ele revisita, em séries contundentes, fatos e memórias do país que são como um gatilho para a sua expressão”, resume Jeanne Duarte.
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