Família de Anitta Myllena é de Barra Mansa Redes Sociais

Os jurados do Tribunal do Júri em Porto Real condenaram por maioria dos votos, Clerison Kleber Martins, a 14 anos de reclusão, em regime fechado, por lesão corporal seguida de morte. Ele era padrinho da menina Anitta Myllena Maris de Oliveira, de três anos, morta em 2018 após ter sido espancada. A companheira de Clerison, Fabrissa Rocha de Alcantara Martins, foi absolvida do crime de omissão. A sessão começou atrasada na segunda-feira (23) no Fórum da cidade e durou mais de 10 horas, terminando por volta das 2 horas da madrugada desta terça-feira (24).
Na decisão, o juiz Diego Ziemicki destacou que o júri reconheceu a materialidade e autoria do crime pelo denunciado Clerison Kleber Martins, mas afastou a intenção de matar. Com isso, ele foi condenado pelo crime de lesão corporal seguida de morte com agravantes. "Se mostram presentes as agravantes do motivo fútil, eis que o réu desferiu os golpes em razão da vítima ter defecado; do meio cruel, diante das repetidas e intensas agressões; e do recurso que dificultou a defesa da vítima, pela superioridade física, uso de instrumento para as agressões à luz da tenra idade da vítima". O crime também foi enquadrado como violência doméstica, já que a menina morava na mesma casa do agressor.
Já em relação à Fabrissa Rocha, o júri popular votou pela absolvição. "Quanto à denunciada Fabrissa Rocha, em que pese o reconhecimento da materialidade, no quesito da autoria, votaram, por maioria, negativamente, desclassificando a imputação do crime doloso contra a vida. Por fim, o Egrégio Conselho de Sentença, em relação ao quesito genérico e obrigatório, votou afirmativamente. Deste modo, julgo improcedente a pretensão acusatória para absolver Fabrissa, determinando, em razão disso, a expedição imediata de alvará de soltura, sem prejuízo, ao trânsito em julgado, da baixa, assim como das comunicações e anotações de praxe".
ENTENDA O CASO
Segundo a Polícia Civil, Anitta morreu depois de ser espancada pelo padrinho Clerison Kleber Martins, que cuidava dela. Fabrissa Rocha de Alcantara Martins era companheira dele e também foi presa por omissão. Eles cuidavam da menina porque eram amigos dos pais da criança, que estavam presos desde 2017.
Na época, Clerison foi preso quando levou a menina Anitta ao Hospital Municipal São Francisco de Assis, onde ela já chegou morta. O suspeito contou aos policiais militares que tinha dado alguns tapas na menina, inclusive na cabeça, como corretivo. Mas durante a conversa com a Polícia Militar (PM), foi constatado no sistema que havia um mandado de prisão por tráfico de drogas e por porte ilegal de arma contra ele, que foi preso e conduzido à 100ª DP.
O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Resende. A perícia confirmou que Anitta Myllena havia sido espancada até a morte. Ela foi agredida nas pernas, braços e cabeça. A família da menina é do bairro Vila Elmira, em Barra Mansa, por isso, o caso ganhou uma grande repercussão na região.