Prefeito de Rio das Ostras, Marcelino Borba (PV), recusa responder requerimentos sobre contratos com CEDAE Internet
Maré de águas turvas em Rio das Ostras, cidade de belas praias. Só que a turvidão não é do mar, mas de um contrato de concessão entre o município riostrense e a CEDAE, que vem despertando a atenção da Câmara de vereadores. Tanto é assim, que os parlamentares conseguiram instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para tentar investigar. Mas ao que parece, o prefeito Marcelino Borba (PV) está tentando a todo custo “catimbar”, que seria um eufemismo para atrapalhar ou dificultar. A situação é que Marcelino teria assinado um aditivo de contrato em 2018 que efetuou um pagamento vultoso na casa dos milhões para a empresa, mas que não proporcionou nenhuma melhoria para a cidade. Os investimentos previstos não foram feitos, inclusive obras de avanço da rede para atender a todos os bairros. E a população sofre com a falta de água e tratamento de esgoto em várias localidades. Resumindo, os vereadores querem auditar esse contrato, analisar toda a documentação referente a empresa entre os anos de 2018 e 2021, mas o governo de Marcelino não tem mostrando muita disposição em responder aos requerimentos nem dar transparência ao processo. Por sinal, diga-se de passagem, o prefeito demonstrou zero de preocupação com as investigações dos parlamentares.
PACOTE DE PRIVATIZAÇÃO
O presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara de Rio das Ostras, vereador Rodrigo da Aposentadoria (CID) trouxe outra questão envolvendo a CEDAE: “Não tem uma prestação de serviço de qualidade em lugar nenhum do estado, então porque não dar a concessão a uma outra empresa?”, questionou o edil. Existe essa corrente de posicionamento na cidade, defendida pelo parlamentar, que tenta abrir a discussão publicamente sobre a pauta. A proposta é Rio das Ostras entrar no pacote de privatização do Governo do Estado. Segundo Rodrigo, a transação está avaliada em R$ 160 milhões, que serviriam para investimentos em outras áreas do município. O parlamentar diz não compreender o motivo da recusa do prefeito Marcelino da Farmácia (PV) em discutir o assunto com a sociedade de forma ampla e democrática. O vereador aponta ainda outra vantagem nesse sentido, que seria abrir a concessão do serviço de água e esgoto para iniciativa privada que teria que fazer os investimentos necessários para que toda cidade tivesse acesso aos serviços de água encanada e tratamento de esgoto de forma adequada. Isso acabaria com suplício da população que sofre com a falta de água o ano inteiro, principalmente a cada verão, quando o município é um dos que mais afetados na Costa do Sol. O detalhe é que o serviço não chega, mas os boletos sim.
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