Por clarissa.sardenberg
Rio - Após ação truculenta na Praça Mauá durante um bloco carnavalesco, não-oficial, neste sábado, guardas municipais foram afastados de suas funções e o chefe da equipe exonerado, segundo o secretário de Ordem Pública, Leandro Matielli, em entrevista à rádio "CBN" na manhã desta segunda-feira. Segundo Matieli, ocorreram "excessos" e os autores podem ser demitidos. No Facebook, o jornalista Bernardo Tabak denunciou a ação da Guarda Municipal (GM) mostrando hematomas após ser agredido.
Jornalista Bernardo Tabak publicou%2C em seu perfil no Facebook%2C imagem mostrando hematomas deixados pela GM Reprodução Facebook

"Faltou diálogo, como tivemos em outros blocos não autorizados. O que falou ali foi sensibilidade. As primeiras imagens que recebi, divulgadas pela própria imprensa, mostram que era possível dialogar", afirmou Matieli. "Tivemos essas experiências no próprio Carnaval. Tivemos saídas espontâneas [de blocos], quando chegávamos lá, acompanhávamos, dialogávamos e não tinha problema", completou.

Em nota, o comando da GM-Rio informou que sua Corregedoria está investigando com rigor a denúncia de excesso e confirmou a exoneração do chefe da equipe. Segundo a GM, até o fim do processo, os guardas envolvidos permanecerão afastados.

Segundo o repórter do jornal "O Globo", o motivo de ter apanhado foi estar filmando a ação contra foliões. Ele contou que viu guardas batendo em pessoas gratuitamente e indiscriminadamente. "Afirmo: não vi qualquer depredação durante todo o desfile, não vi pichações e não vi ninguém lançando garrafas contra a GM-Rio (nem em nenhum dos vários vídeos que já assisti até agora)", contou o jornalista.

Seu aparelho celular foi arrancado de suas mãos e após quase ser sufocado por um mata-leão, o homem foi preso por desacato aos guardas. "Pra que isso?! Eu não estou resistindo a nada!", questionou ele ao guarda. Ao que um dos agentes respondeu: "Cala a boca! Tá preso por desacato!".

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O jornalista foi encaminhado para a a 5ª DP (Mem de Sá) e em um boletim de ocorrência feito pelos agentes Souza e Gomez estava escrito que foi necessário o uso de "força moderada" durante a prisão. Para ele e os presentes na praça, a ação fez lembrar a época da Ditadura Militar.