Rio - O governador Luiz Fernando Pezão exonerou, na noite desta quarta-feira, o secretário Ezequiel Teixeira, da pasta de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). Nos dois meses que ficou à frente da Secretaria, Teixeira, por conta de suas posições homofóbicas, entrou em guerra declarada contra os defensores dos direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Ele fechou quatro centros de assistência a esse público e acabou com o Disque Cidadania LGBT, serviço telefônico que dava orientações e recebia denúncias contra a violação dos direitos de homossexuais. Um de seus primeiros atos como secretário foi demitir a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Margarida Pressburger. “A saída dele foi muito boa”, comentou Margarida, que está em evento da ONU, em Genebra, Suíça.
A demissão acontece logo após Teixeira declarar que considerava o homossexualismo doença, como a Aids, e que acreditava na “cura gay”.
O coordenador do Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, também festejou. “Era muito difícil para nós que trabalhamos com a temática de direitos humanos, ter como chefe da pasta uma pessoa assumidamente homofóbica. Nada iria poder avançar com alguém com esse perfil”, afirmou. Para Nascimento, “a agenda dele (Teixeira) foi sempre querer a sua ideologia de mercador da fé em detrimento da ideologia de direitos humanos”.
Teixeira, que é pastor evangélico e deputado federal pelo Partido da Mulher Brasileira(PMB), foi alçado ao cargo por conta de manobra política para eleger o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) como líder do PMDB na Câmara. Ao trocar o mandato de deputado federal pela Secretaria, Teixeira abriu vaga para que seu suplente, o peemedebista Átila Nunes, votasse em Picciani, que disputava o comando da legenda com o grupo do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha. Picciani foi eleito justamente nesta quarta-feira. A SEASDH será ocupada pelo atual secretário de Governo, Paulo Melo.