Rio - Intimado a depor nesta quarta-feira na Delegacia Fazendária (Delefaz), da Polícia Civil, o diretor de Carnaval da Beija-Flor, Laíla, não compareceu para explicar as denúncias que fez, divulgadas com exclusividade pelo DIA, sobre suposto esquema de manipulação de notas para beneficiar a Unidos da Tijuca no Carnaval. Delegada da Delefaz, Renata Araújo ainda não remarcou a data para o novo depoimento do dirigente.
Em razão do não comparecimento, a delegada entrou em contato com Laíla para saber o motivo da falta. O carnavalesco, no entanto, teria sido proibido pela Beija-Flor de comentar o caso. A equipe do DIA telefonou para ele, que não quis falar sobre o assunto. “Não falo nada, não falo nada, não falo nada”, disse, em tom alto e aparentemente nervoso.
Fabiano Rocha, jurado do quesito bateria, que teria sido flagrado em áudio garantindo que tiraria pontos da Beija-Flor, Salgueiro e da Imperatriz, foi intimado a depor na próxima segunda.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Jorge Castanheira, foi intimado e deverá comparecer na terça-feira. A Liesa informou que Castanheira não se manifestará para a imprensa.
Além de esclarecer a suposta fraude, a Delefaz também investiga se o dinheiro repassado pela Prefeitura para as escolas de samba — R$ 2 milhões para cada uma — teria sido utilizado no esquema de irregularidades.
Bergher pede investigação
A vereadora Teresa Bergher (PSDB) enviou, nesta quarta-feira, ao procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Marfan Martins Vieira, ofício solicitando ao Ministério Público abertura de investigação para apurar as denúncias envolvendo Laíla, Jorge Castanheira e Fabiano Rocha.
Na Câmara, Bergher está reunindo assinaturas para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Para encaminhar o pedido à Mesa Diretora são necessárias, pelo menos, 17 assinaturas.
?Reportagem de Marlos Bittencourt