Rio - Insatisfeito com o casamento de três anos, um servidor da Secretaria Estadual de Educação espancou o próprio filho, de 1 ano e 9 meses, para atingir a mãe da criança. Ele gravou vídeo da sessão de tortura e mandou para a mulher, na véspera do Natal passado, em Madureira, onde o casal morava. Hoje, eles estão separados e a polícia pediu à Justiça a prisão dele.
Na gravação, enviada através do aplicativo WhatsApp, ele afirma que acertou diversos tapas no rosto do bebê, além de ter tentado enforcá-lo algumas vezes. O registro, com pouco mais de dois minutos de duração, mostra o bebê chorando muito, e o pai acertando tapas em todo o corpinho dele.
“Ele vai morrer. Dei na cara dele mesmo. Dei muito soco. Era para ter matado ele”, escreveu o monstro, acrescentando que queria fazer um estrago ainda maior no garotinho. “Se eu pudesse, faria pior. Eu cheguei a enforcar ele, mas não foi até o fim. Eu profetizo a sua desgraça e a morte do (escreve o nome do filho), estou pedindo a morte e a desgraça de vocês.”
Segundo um tio do menino e irmão da ex-mulher do acusado, um cozinheiro de 42 anos, o objetivo seria assustar a mãe do bebê. “Ela foi agredida diversas vezes por ele, mas nunca o denunciou. Tinha medo das ameaças que ele fazia. Por isso, ela só saiu de lá no início deste mês”, contou.
Atualmente, mãe e bebê vivem na casa de um familiar. As ameaças sofridas pela ex-mulher do acusado também foram salvas na conversa do WhatsApp e estão com a polícia.
“Eu vou acabar com sua vida. Todos têm medo de mim por aí (referindo-se à família da ex-companheira)”, escreveu o funcionário público, que, depois de ter o vídeo divulgado nas redes sociais pelo irmão da mãe da criança, foi pedir desculpas e teria dito: “Você assim vai acabar com minha vida. Quero fazer outros concursos.”
Secretaria o afastou
A ex-companheira do acusado registrou no início do mês as agressões e ameaças na 37ª DP (Ilha do Governador). O caso foi transferido para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI). Em nota, a Polícia Civil informou que o delegado Pablo Sartori, da DRCI, finalizou o inquérito pedindo a prisão preventiva do suspeito.
A Secretaria de Educação informou que, após tomar conhecimento do fato, afastou o funcionário das atividades. “Muita gente me pediu o endereço dele para fazer justiça com as próprias mãos. Mas sei que a melhor maneira é resolver na Justiça mesmo”, disse o tio do bebê.