Por adriano.araujo
Em documento que será espalhado nas delegacias e distribuído para a população%2C delegados dizem que governo não pode "contar com nossa compreensão" Reprodução

Rio - A crise chegou na Segurança Pública. Policiais civis prometem suspender a maioria de seus serviços, a partir de 12h desta sexta-feira por 72 horas, voltando somente no mesmo horário na segunda-feira, por conta dos atrasos nos pagamentos e o sucateamento da Polícia Civil. Chamada de "Operação Basta", a mobilização foi decidida em assembleia-geral extraordinária, na noite desta quinta-feira.

Durante a paralisação, só serão atendidos casos de prisões em flagrante, medidas protetivas, apreensão de drogas, remoção de cadáveres, cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão e registros de ocorrências em que envolva violência — homicídio, estupro, latrocínio, roubo e furto de veículos.

Na 5ª (Mem de Sá), policiais confirmaram que vão aderir ao movimento. O delegado Marcus Henrique de Oliveira Alves, titular da distrital, informou, contudo, que vai esperar posicionamento da chefia de Polícia Civil.

Exemplo positivo da política de segurança do Rio, a Operação Lapa Presente também deve ser afetada com a paralisação, já que entre as deliberações está a suspensão das atividades do programa e seus similares (Méier Presente, Lagoa Presente, Aterro Presente).

Também está previsto o não comparecimento de delegados convocados para atividades extraordinárias em juizados especiais criminais (JECRIM’s) em dias de eventos esportivos, shows ou similares. Eles prometem fazer uma petição coletiva para a exoneração de cargos comissionados nas delegacias, como de funções assessores diretos, diretores gerais, diretores das Departamentos de Polícia de Área (DPA’s), coordenadores e delegados titulares.

Segundo o sindicato, o sucateamento de recursos humanos e materiais da Polícia Civil tem impedido "uma prestação do serviço público de qualidade". Os delegados também repudiam o que chamam de "designação compulsória” de agentes para cumprimento de Regime Adicional de Serviço (RAS), que não é pago desde novembro.

A população receberá nas delegacias que aderirem à paralisação um documento que justifica a dificuldade da unidade em dar cumprimento aos procedimentos, explica a situação passada pela categoria e presta conta dos serviços realizados em 2015.

Colaborou Marlos Bittencourt

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