Por gabriela.mattos

Rio - A recente polêmica envolvendo os rituais do Santo Daime aproxima especialistas da área de saúde e religiosos que concordam num ponto: nem todos os praticantes têm condições psicológicas de ingerir o chá que tem efeitos alucinógenos.

Esta semana, o ator Nizo Neto fez um desabafo nas redes sociais alertando sobre o uso da bebida Ayahuasca. Para o filho do humorista Chico Anysio, o chá teria levado o jovem estudante de Música, de 25 anos, a desaparecer de casa e se isolar em uma praia do litoral Norte Fluminense, onde se afogou após longo jejum.

Em Saquarema%2C a cerimônia do chá do Santo Daime reúne%2C entre os praticantes%2C médicos e psicólogosReprodução

“É como alguém que fuma maconha. Muitos que usam não tem nenhum problema, mas outros desenvolvem quadros psicóticos por serem mais vulneráveis”, explica a médica Fátima Vasconcellos da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). “O chá dá a sensação de bem estar, mas aos poucos produz alucinações”, acrescenta a psiquiatra. De acordo com a doutora o chá provoca visões, aumenta o nível de consciência, dá sensação de prazer, mas também pode levar a alucinações, enjoos, vômito, diarreia, visões perturbadoras e angústia.

O dirigente do Santo Daime Jardim de Saquarema, na Região dos Lagos, Eliezer Ferreira do Nascimento, de 58 anos, disse que a igreja tem um cuidado muito grande com os participantes e existem muitos médicos e psicólogos praticantes.“Como Daimista, não consigo compreender o motivo de estarem responsabilizando o Santo Daime”, defende ele.

Eliezer afirma que pessoas que tomam algum medicamento psiquiátrico ou apresentem algum quadro depressivo não podem participar da cerimônia.

Reportagem da estagiária Daniele Bacelar

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