Por paulo.gomes
Jenifer Caroline Conceição Ramos%2C de 11 anos%2C foi morta após ser atingida por um disparado na cabeçaReprodução Internet

Rio - O autônomo Antônio Souza Ramos não escondeu sua dor na sede da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, na Barra da Tijuca, onde compareceu nesta terça-feira, após sua filha ser morta na Rocinha. Jenifer Caroline Conceição Ramos, de 11 anos, foi atingida na cabeça após a arma manuseada por David Magalhães Luiz, de 18, ter disparado.

"Perdi a minha filha, meu bem precioso. O bandidinho dela em três anos estará solto e a minha filha? Você sabe o que é um pai chegar dez horas da noite e receber uma notícia que mataram a sua filha?", lamenta.

Antônio e a mãe de Jenifer, Cristiane Senhoria, estavam separados há um ano e quatro meses. Ele diz que David é namorado da ex-esposa e que considera ela também culpada pelo crime.

"Ela pegou esse bandido e o colocou dentro de casa. Ele é da boca (de fumo) e eu sou trabalhador. A mãe também vai ter que pagar por isso, ela também é culpada", diz.

Com a mãe de Jenifer, Antônio teve sete filhos (ele tem mais três de outros casamentos). O pai da menina garante que pedirá a guarda dos outros filhos. "Isso aconteceu dentro de casa. Eu quero justiça. Eu tenho dez filhos e todo mundo na favela sabe como eu trabalho. Não roubo ninguém, não sou traficante", desabafa.

Segundo o delegado titular da DH, Fábio Cardoso, David responderá pelo crime de homicídio doloso, já que ele foi avisado pela mãe da vítima de que a arma poderia disparar e assumiu o risco de matar uma pessoa.

"A própria mãe da menina pediu para que ele não ficasse manuseando a arma naquele local. Ele ignorou a advertência e a arma disparou e acertou a cabeça da Jenifer", relata.

Bastante emocionado%2C Antônio Souza Ramos%2C pai da pequena Jenifer%2C esteve nesta terça-feira na sede da Delegacia de Homicídios%2C na Barra da TijucaSeverino Silva / Agência O Dia

O caso aconteceu em frente a residência onde Jenifer morava. Após o disparo, David tentou fugir e foi perseguido por alguns moradores, que o amarraram e o agrediram. Em depoimento, o suspeito disse que estava com um revólver, mas os agentes apreenderam uma pistola calibre 40 raspada.

"A versão dele é que achou a arma e o tiro foi acidental, mas também essa versão dele é carregada de mentiras. Mas a DH está convicta que é uma mentira, já que ele disse se tratar de um revólver e todas as pessoas que viram a arma falaram que era uma pistola, exatamente igual a arma que foi encontrada", diz.

Além de homicídio doloso, David também responderá por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

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