Por gabriela.mattos

Rio - Braço direito de Michel Temer que provavelmente será elevado à condição de ministro, Moreira Franco (hoje secretário de Parcerias e Investimentos) comprou briga feia com a bancada do próprio partido na Câmara e quase comprometeu a governabilidade do recém-empossado presidente. 

Moreira se recusou a liberar R$ 100 mil para cada um dos 67 deputados do PMDB. Oriundo do fundo partidário, o valor seria usado pelos parlamentares nas campanhas eleitorais — tanto na de postulantes a prefeito quanto na de candidatos que são apoiados pelos deputados peemedebistas. Depois de ameaças, Moreira recuou e acenou com o depósito de R$ 80 mil, que deve ser feito hoje.

Vai se queimar...
Não faltaram ameaças a Moreira. “No momento em que o governo precisa da maior bancada da Câmara, resolve brincar com fogo?”, disparou um deputado, lembrando o pacote de medidas impopulares que será enviado para votação no Congresso.

Recurso a Jucá
Dois dos mais incisivos, Carlos Marum (MS) e Baleia Rossi (SP), líder do PMDB na Câmara, procuraram ontem outro braço direito de Temer: Romero Jucá. Presidente nacional do partido, o senador ajudou na negociação.

Destino da grana
Antes de ceder, Moreira alegara entraves jurídicos. Mas alguns deputados chegaram a afirmar que Moreira queria mesmo é que a verba fosse destinada à Fundação Ulysses Guimarães, presidida por ele.

Em suma
Moreira subestimou a possibilidade de ameaça. Esqueceu-se que mexeu com o que há de mais sagrado para políticos: a eleição.

Depois de Dilma, Lula
Lula vem ao Rio segunda-feira participar de ato em apoio à candidatura de Jandira Feghali (PCdoB) à prefeitura. O ex-presidente reforçará, em Bangu, que é vítima de perseguição política. O Rio é tido como estratégico pelo PT para a recuperação da imagem do partido.

Acabou com a pizza
Uma pizzaria na Ilha do Governador será multada por estampar nome e número de um candidato a vereador pelo PRTB nas caixas usadas para entrega. O Tribunal Regional Eleitoral diz se tratar de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos: empresas estão proibidas de doar.

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