Rio - A Justiça Federal proibiu a realização de um evento de música eletrônica nos próximos dias 14 e 15, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. A decisão impede a empresa Ultra Rio Brasil de instalar e operar estruturas e equipamentos sem autorização dos órgãos e entidades necessárias, principalmente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sob pena de multa diária.
A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), por considerar que, além de ameaçar o patrimônio histórico, a grande quantidade de pessoas e o alto volume e frequência do som podem afetar também os animais do Jardim Zoológico, que fica bem ao lado. De acordo com o MPF, o Iphan não autorizou o evento, por avaliar que teria impactos negativos sobre o Museu Nacional e sua coleção de objetos arqueológicos, com risco à própria estrutura arquitetônica do local e aos jardins do parque da Quinta da Boa Vista.
A ação também responsabiliza a prefeitura por autorizar o evento. Para o procurador da República Jaime Mitropoulos, o município “jamais deveria apoiar ou sequer concordar com intervenções que afetam diretamente os bens tombados ou de algum outro modo protegidos pela esfera federal, sem antes exigir do empreendedor a prévia autorização do Iphan”.
?Reportagem do estagiário Rafael Nascimento