Por bianca.lobianco
Fabiano Besada era policial da Core e foi morto durante tentativa de assalto na Zona NorteReprodução Internet

Rio - "Ele morreu ao realizar  um sonho", afirmou Gilson Besada, 64 anos, pai do policial Fabiano Ribeiro Besada Rodrigues, 33, enquanto assinava os papéis para liberar o corpo do seu filho do IML (Instituto Médico Legal), na manhã desta quinta-feira.

O pai se referia à carreira de Fabiano, agente da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), tropa de elite da Polícia Civil, há sete anos. O filho quis entrar para a polícia após cursar jornalismo e atuar como repórter policial.

"Ele trabalhou como estagiário da Tupi e repórter no O Povo. Lembro quando me contou que queria ser policial: 'pai, adoro acompanhar os policiais em operação', me dizia. Ele conseguiu", afirmou.

Atualmente, o filho havia acabado de se formar em Direito e se preparava para fazer concurso para delegado. "Na última semana ele tinha acabado de fazer uma prova na Paraíba para concurso", disse o pai, revezando lágrimas com desabafos.

"Ninguém dos Direitos Humanos veio falar comigo e com a família. Que governo é esse em que um cidadão não pode andar à noite de carro? Aconteceu com ele, mas poderia ser qualquer um e não vejo revolta", disse.

O agente foi morto por volta das 22h50 desta quarta-feira durante um assalto, no Méier, Zona Norte do Rio. Ele estava com a namorada, Carolina, no banco do carona. Os dois haviam acabado de sair de um restaurante de comida japonesa e seguiam para a casa dela.

Quando o carro estava na rua Dona Claudina  foi abordado por dois criminosos em uma moto. Outros quatro bandidos estavam em outro veículo dando cobertura. Houve troca de tiros e Fabiano foi atingido, assim como um dos suspeitos, que também morreu.

O corpo do suposto assaltante também se encontra no IML, mas ninguém da família havia aparecido ainda para reconhecer. 

Amigos o conheciam como "Punkinho", um apelido da adolescência, devido a seu estilo de cabelo e roupas que usava na época.  Ainda quando adolescente, ele chegou a participar de um documentário de skatistas chamado “Sangue e suor”. No Facebook, amigos do agente se despedem lembrando do amor dele pelo esporte. "Polêmico, inteligente, skatista (um dos melhores da história do Méier). Obrigado por todos os momentos. Que foram muitos. Muito triste, tô muito triste, muito arrasado, mas vou orar pedindo muita luz em sua passagem", escreveu um amigo. 

O enterro do policial está marcado para a tarde desta quinta-feira, no cemitério do Caju. Ainda não há horário definido.

Desde a manhã desta quinta-feira a polícia faz operação no Complexo do Lins, na Zona Norte, em busca dos criminosos que mataram o agente. Vários disparos já foram ouvidos por moradores, mas não há registro de feridos.



Você pode gostar