Por thiago.antunes
Rio - O trecho de 22,6 metros da Ciclovia Tim Maia, que liga Ipanema a São Conrado e desabou em abril, deixando dois mortos, foi recuperado pelo consórcio Contemat/Concrejato, responsável pela obra original.
A prefeitura ainda não tem previsão de quando abrirá o local ao público. Antes, a reconstrução, executada em 45 dias, precisa ser periciada pelo Crea-RJ ou pela Coppe/UFRJ, conforme determinação judicial.

A obra foi concluída em 31 de julho. A área interditada fica na altura da Gruta da Imprensa. Segundo a Secretaria Municipal de Obras (SMO), para evitar novo acidente, a solução adotada foi a reconstrução de três pilares, ancorados na rocha, seguindo as análises da Coppe e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).

Base da ciclovia foi concretada nos pilares%2C formando uma única estrutura%2C para evitar novos problemasEstefan Radovicz / Agência O Dia

A base da ciclovia foi concretada nos pilares, formando uma única estrutura. “Os dois pilares externos existentes que não foram afetados com o desabamento também foram reforçados”, ressalta a SMO.

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Após a tragédia, o Instituto de Criminalística Carlos Éboli constatou que a parte da plataforma atingida pelo mar revolto estava apoiada nos pilares sem qualquer amarração e que o consórcio não previu o efeito das ondas sobre a base da via.
De acordo com a SMO, todo o trecho foi reconstruído levando em consideração as cargas adequadas aos esforços verticais e horizontais, bem como a ancoragem da estrutura na rocha para ondas com recorrência de 100 anos.
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O escritório Casagrande Engenharia foi contratado para validação do novo projeto. Um plano de contingência prevê o fechamento da ciclovia em ressacas, implantação de placas e sinais luminosos.
Alguns cariocas têm medo de arriscar pedaladas no local. “Talvez eu use em dias de mar calmo. Acho que algumas partes estão tortas. Não me sinto seguro”, diz o ciclista Carlos Belo, 23 anos.
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A diretoria da Coppe solicitou reunião com o procurador Ricardo Lopes Limongi e está aguardando o agendamento para ajustar detalhes da perícia. O Crea-RJ informou que não foi notificado sobre a vistoria. A obra não teve ônus para os cofres municipais. O trecho Vidigal-Leblon funciona normalmente.
Ao todo, 14 réus respondem por duplo homicídio culposo (sem intenção) pela queda da ciclovia. Eles são da GeoRio, empresa municipal responsável pelo projeto básico, e do consórcio construtor.