ONG Favela Mundo ensina de graça a fazer enfeites e presentinhos de Natal
Organização já capacitou mais de 300 pessoas nos últimos dois anos e abriu 150 vagas para este fim de ano
Por tabata.uchoa
Rio - Cariocas encontraram no artesanato uma alternativa sustentável para presentear pessoas queridas e ainda decorar a casa nas festas de fim de ano gastando menos. As possibilidades são muitas: guirlandas, porta-trecos, minicestas de Papai Noel, bolas e enfeites para árvore, embalagens para garrafas de vinho, panos de prato...
Arte Gerando Renda capacitou 300 alunos nos últimos dois anosDivulgação
A artesã Camila Heloísa Soares Barcellos, de 39 anos, há três anos e meio ensina artesanato no ‘Arte Gerando Renda’, projeto da Favela Mundo que oferece cursos gratuitos para moradores de favelas. Os preços variam de R$ 5 a R$ 60, afirma Camila, que já está com várias encomendas de Papai Noel e de guirlandas, que podem ser feitas de material reciclável (R$ 8) ou de fuxico (R$ 20).
Toda a sua renda provém do artesanato que produz há seis anos e das aulas que dá. São seis cursos: maquiagem social e artística, turbantes e penteados afro, fantasias e adereços, além do artesanato. “As alunas estão se aperfeiçoando, querem aprender mais, mas já estão com encomendas”, contou a artesã. “Cada aula é um tipo de artesanato. Fizemos a rena, o Papai Noel... tudo tem a temática natalina”, completou.
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Desempregada desde julho, Alexandra Lopes, 41, já está produzindo, em casa, guirlandas e sapatinhos de Papai Noel, reutilizando materiais recicláveis, como jornais, arames, garrafas PET, papelão e retalhos. “Depois que saí do trabalho em serviços gerais, decidi ganhar dinheiro com alguma coisa que eu gosto, que é cabelo e artesanato, e também entrei no curso de adereços porque complementa o de artesanato. Gostei muito das técnicas”, afirma ela, que vai começar a vender os enfeites natalinos.
Verônica Priscila da Silva, de 21 anos, trabalhava como recepcionista e deixou o emprego para cuidar da mãe, Edna Maria da Silva Barbosa, 51, que se aposentou depois de sofrer um AVC . Hoje, trabalha como manicure e faz o curso de decoração de unhas junto com a mãe. Além de possibilitar uma renda extra para ela, o trabalho manual da mãe no curso de artesanato a ajuda na recuperação dos movimentos que perdeu. “Graças ao artesanato, ela já está pegando mais independência, se movimentando mais em casa”, contou.
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A ONG Favela Mundo já capacitou mais de 300 pessoas nos últimos dois anos e abriu 150 vagas para este fim de ano. Informações no e-mail contato@favelamundo.com.
No comércio, incerteza ainda pesa
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De acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDLRio), a inadimplência no comércio cresceu 3,3% em outubro em relação ao mesmo mês de 2015, marcando o maior índice de inadimplência do ano e o pior para o mês desde 2007. Segundo o presidente do Clube, Aldo Gonçalves, 2.390 lojas fecharam as portas somente em setembro, sendo 1.670 no Estado do Rio e 720 na cidade.
“O cenário econômico do país ainda não é nada favorável. O desemprego é terrível para o comércio: se não têm trabalho, as pessoas não podem consumir. E também a inflação, o desemprego e o clima de incerteza, o que reduz o ímpeto de consumir”, analisa.